GDF integra rede brasileira de cidades globais. Carta de compromisso foi oficializada no encerramento do I Fórum Nacional para
Certificação de Cidades Inteligentes. Mais
de 300 pessoas de diversos setores, nas esferas pública e privada, participaram
do evento
O Governo do Distrito Federal agora faz parte de
uma rede brasileira de cidades globais. Trabalhando para receber a certificação
SO 37120, norma técnica referente à sustentabilidade urbana, o executivo local
se comprometeu a contribuir com o alinhamento de conceitos que prevê criar
políticas públicas para desenvolvimento sustentável, resiliente e humano Brasil
afora. A oficialização da carta de compromisso encerrou o I Fórum Nacional para
Certificação de Cidades Inteligentes, nesta quinta-feira (28)
A iniciativa é conjunta com o Ministério do
Desenvolvimento Regional (MDR) a Superintendência do Desenvolvimento do
Centro-Oeste (Sudeco), a Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), a Confederação
Nacional dos Municípios (CNM), a Associação dos Municípios Adjacentes a
Brasília (AMAB) e o Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e
Estratégico do Distrito Federal (Codese).
Com a assinatura da carta, as partes assumem o
compromisso de conjugar esforços para estruturação e implementação da Política
Nacional de Desenvolvimento Urbano e da Carta Brasileira para Cidades
Inteligentes. Além disso, vão impulsionar o desenvolvimento de uma rede de
cidades brasileiras com competências e certificações de equivalência global. A
meta é viabilizar a certificação de 50 municípios até 2022, sendo cinco na
Região Integrada de Desenvolvimento do DF e Entorno (Ride).
Entre outros pontos, o grupo vai compartilhar
ferramentas informatizadas e servidores especializados para acelerar a
implementação de boas práticas nos municípios e aperfeiçoar políticas públicas
para facilitar a obtenção de indicadores-chave das certificações globais. A
carta não envolve recursos financeiros nem gera encargos entre as partes.
Projeto-piloto de carros elétricos compartilhados
foi um dos destaques do fórum.
O diretor de Desenvolvimento Regional e Urbano do
MDR, João Mendes da Rocha Neto, explicou que foi realizado um chamamento de
diversos atores públicos, acadêmicos e empresariais para elaborar a carta, de
modo a nivelar conceitos. “A intenção é que, no final, a gente saia com uma
visão minimamente alinhada de como o Brasil vai lidar com a pauta das cidades
inteligentes”, resumiu.
De acordo com ele, a união de forças vai culminar
em um plano de ação com elaboração de políticas públicas. “A ideia é que as
instituições se corresponsabilizem pelo processo, criando um ambiente em que a
sociedade possa alavancar e se ajudar na estruturação desse objetivo”,
acrescentou.
Certificação: Apenas 111 países do mundo têm a
certificação. Para conquistar o título, é necessário cumprir mais de cem
requisitos, que nivelam conhecimento e premissas para que a cidade seja
considerada apta a receber o título. São cinco categorias de certificação,
estabelecidas pelo grau de transparência dos indicadores e suas políticas
públicas de aprimoramento.
Na capital federal, uma auditoria autorizada pelo
governador Ibaneis Rocha vai conferir se a cidade conseguiu cumprir todas as
exigências necessárias para a titulação. Se tudo correr como esperado, a
expectativa é de que até fevereiro Brasília seja coroada como primeira unidade
inteligente do Brasil.
Para isso, o GDF investe em tecnologia e inovação,
com políticas públicas eficientes aliadas a ações sustentáveis. Entre ações de
destaque está a integração digital do sistema de saúde, instalação de câmeras
de segurança, o programa Wi-Fi Social e o projeto-piloto de carros elétricos
compartilhados.
Cidades inteligentes, sustentáveis e humanas:
O conceito de cidade inteligente envolve tecnologias digitais aplicadas em
estratégias para o desenvolvimento econômico e a melhoria da qualidade de vida.
Em dois paineis, o fórum tratou do planejamento de cidades criativas em termos
de preocupação com meio ambiente e sustentabilidade, com foco nas
pessoas.
“Os tempos mudaram. Estamos diante de uma nova
realidade e isso faz com que nós, do governo, pensemos de forma diferente para
enfrentar desafios de serviços públicos de uma cidade que precisa ser eficiente
e estar conectada a essa nova realidade”, apontou o secretário de
Desenvolvimento e Habitação do DF, Mateus Oliveira.
Assim, diz Mateus, entender as transformações deve
ser o norte nos governos para refletir programas e projetos visando o futuro.
Nesse sentido, o chefe da pasta revelou que o GDF trabalha em um projeto-piloto
que possibilitará o uso da inteligência artificial para melhorar o processo de
aprovação de projetos arquitetônicos.
Só é possível acelerar a
aprovação de projetos com segurança se tivermos normas objetivas. requisitos
claros, parâmetros objetivos para facilitar a vida do agente público e do
interessado, arquiteto, empreendedor Mateus Oliveira, secretário de
Desenvolvimento e Habitação do DF
O Fórum Organizado pelo Codese-DF e apoiado pelo
GDF, o I Fórum Nacional para Certificação de Cidades Inteligentes teve
participação de mais de 300 pessoas de diversos setores, nas esferas pública e
privada. A programação de dez horas de conteúdo foi dividida em sete paineis,
com mais de 20 palestrantes e mediadores, e representantes do poder público e
da iniciativa privada.
Além de tratar de Brasília como uma iminente cidade
inteligente, o evento tratou das tecnologias aplicadas ao desenvolvimento sustentável, das
especificidades da região do DF, e das experiências, desafios, estratégias e
caminhos para viabilizar Smart Cities.
Jéssica Antunes - Agência Brasilia