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Quando as polícias do DF nos fazem ter sensação de segurança

Ao unirem forças, as polícias Civil e Militar dão exemplo de como todas as instituições do país devem atuar: a serviço da população. Muito se fala da fatídica sensação de insegurança, espécie de índice não objetivo que traduz com precisão um sentimento comum à maioria dos brasileiros que vivem nos grandes centros. (*Por Lilian Tahan)

Hoje, no entanto, falarei da sensação de segurança que nos enche de fé quando testemunhamos ação exemplar da polícia. É o que tenho para contar sobre as últimas 36 horas.

Eram 21h06 dessa quinta-feira (31/10/2019), quando um colaborador do Metrópoles telefonou com más notícias. Ele acabara de ser vítima de assalto ao estacionar o carro em frente a uma academia ao lado do Shopping Pier 21, endereço nobre da cidade.

Rendido por dois jovens que o ameaçaram de morte com revólver (“perdeu, perdeu, f.d.p., isso é um assalto”), a vítima não reagiu e entregou as chaves do carro. Dentro do veículo havia computador, tablet e uma mochila de couro. Os criminosos não levaram o celular, um smartphone, provavelmente achando que poderiam ser mais facilmente rastreados.

Após ter escapado sem sofrer nenhum aranhão, o colaborador sentiu-se aliviado. Desnorteado, telefonou para o 190 da Polícia Militar, primeiro protocolo a ser seguido depois de algum incidente do tipo. Nesse momento, começou a contagem regressiva para a possível recuperação de seus pertences da forma mais digna que um cidadão cumpridor de suas obrigações pode esperar.

Ao ser prontamente atendido pelo 190, se deu conta que, de tão nervoso, não lembrava a placa do próprio carro.

Por telefone, o policial o orientou a respirar fundo. Avisou que ficaria na linha o tempo necessário para ajudar. Perguntou se ele estava machucado e precisava de apoio médico. Esperou, pacientemente, até que a vítima enviasse os dados.

Como de praxe, o colaborador foi orientado a seguir para a 1ª Delegacia da Polícia Civil, na Asa Sul, circunscrição responsável pela área onde o crime foi cometido. Lá, de novo, foi acolhido de modo exemplar. Em 40 minutos, o delegado de plantão o atendeu com humanidade e registrou a ocorrência.

A vítima não conseguia precisar referências geográficas importantes na busca pelos ladrões. O delegado, então, cheio de boa vontade, foi ao Google Maps ajudar a puxar pela memória os dados.

Em seguida, as unidades operacionais da Polícia Militar foram acionadas. Em questão de minutos, viaturas da PMDF incluíram em suas buscas o carro com as características daquele há pouco roubado ao lado do shopping. (Veículo e bens, recuperados pela polícia)
Monitoramento: Policiais militares das Rondas Ostensivas Táticas Móveis (Rotam) detectaram que o veículo havia circulado próximo ao balão do aeroporto, passado pela Vila Cauhy, no Núcleo Bandeirante e, depois, seguido em direção a Samambaia. Embora tivessem deixado alguns rastros, neste primeiro momento os ladrões conseguiram escapar. Poucas horas depois, no entanto, o carro entrou de volta no radar dos PMs. Desta vez, nas redondezas de Vicente Pires.

Para evitar perseguição, o que colocaria em risco a vida dos policiais e a dos bandidos, os militares foram habilidosos. Prepararam o cerco e aguardaram um dos suspeitos seguir até o carro roubado na saída de um baile funk.

Encontraram o veículo, mas não os objetos de valor descritos no boletim de ocorrência. Então, os PMs foram à casa de um dos suspeitos e acharam o restante dos itens roubados. Além disso, apreenderam cocaína. Ao alcançarem um dos autores, chegaram ao outro criminoso. Um deles é menor.

Os dois foram levados para a delegacia e a vítima imediatamente chamada para reconhecer os autores. A dupla confessou o crime.

A audiência de custódia que definirá o destino do bandido adulto será realizada no início da semana. O adolescente infrator permanece apreendido até ser apresentado à Vara da Infância, que definirá eventual medida socioeducativa. (Vídeo)
Estatísticas: Em menos de 40 horas, nosso colega recuperou tudo o que lhe pertencia. O caso dele não é exceção. Dos 1.713 veículos roubados no primeiro semestre deste ano no DF, 1.450 acabaram resgatados. Ou seja, a cada 10 automóveis, oito são achados.

No período, 6.263 pessoas foram presas ou apreendidas (no caso dos adolescentes que cometem infrações) a partir da ação da polícia.

Qualquer um de nós, especialmente as vítimas de violência urbana, preferia jamais ter de lidar com a perspectiva da solução de um crime, porque o ideal seria viver em uma sociedade com menos probabilidades destas ocorrências.

Mas esta é a nossa realidade. Com ela precisamos lidar. Diante do cenário, nada mais esperançoso que uma polícia pronta a cumprir com eficiência seu papel. E quando duas polícias se juntam neste sentido (a Militar e a Civil), a gente vibra.

As duas corporações devem ter o mérito reconhecido todas as vezes que demonstrarem eficiência e competência, como no caso relatado, e em outros que somos testemunhas diariamente.

Por Lilian Tahan – Fotos: Imagem cedidas - Metrópoles

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