Conheça os animais raros e exclusivos do Zoológico
de Brasília .Serpente cotiarinha e tatu-bola-da-Caatinga são algumas das
espécies que só podem ser vistas na unidade da capital
Com mais de oito milhões de espécies de animais no
mundo, é natural que milhares delas sejam classificadas como raras e/ou em
extinção devido aos mais variados fatores de ação humana, naturais e
antrópicos.
Algumas dessas preciosidades habitam no Zoológico
de Brasília e podem ser apreciadas de perto pelos frequentadores. Vamos
conhecê-las? Dentro da família de mais de 826 bichos do Zoo de Brasília está a
raposa-do-campo, popularmente conhecida como raposinha.
O mamífero, que se alimenta principalmente de
insetos e pequenos pássaros, sofreu ao longo do tempo com a caça humana e a
competição com animais domésticos. Por esses e outros fatores, visitar a
espécie numa ida ao Zoo é mais do que especial. Outra preciosidade que mora na
instituição socioambiental do DF é o tatu-bola-da-Caatinga, sendo o Zoo de
Brasília o único a ter um exemplar em cativeiro no Brasil.
De bom olfato, ele costuma cavar buracos no chão
com extrema rapidez e, por vezes, se esconde dos frequentadores. Ainda assim,
vale um pouco de paciência para registrar o simpático animal nos olhares ou em
câmeras fotográficas. Parente do tatu-bola-da-Caatinga, o tatu-canastra que
mora em Brasília é o único do país e um dos cinco em todo o mundo em
zoológicos. Ele foi resgatado no Tocantins em 2014 e, desde então, encontrou
abrigo e conforto no Distrito Federal. No setor dos pequenos primatas está o
sauim-de-coleira. O simpático sagui desperta a curiosidade pela sua aparência.
De hábito diurno, é fácil encontrá-lo pulando pelas árvores de seu aconchegante
lar no zoológico, mas extremamente raro vê-lo fora desse ambiente, uma vez que
está criticamente ameaçado.
Embora versátil aos ambientes e de muitas
habilidades, o Adax, segundo o Zoológico de Brasília, tem apenas dez exemplares
na natureza e seis mil em cativeiro nos Estados Unidos e na Europa. No Brasil,
as duas unidades em cativeiro estão no Zoo da capital. Uma das exclusividades
de Brasília é a serpente cotiarinha. Menor jararaca do mundo, ela atinge
60cm.
Os dois únicos exemplares da espécie em zoológicos
encontram-se em Brasília e, atualmente, aguardam a autorização para serem
expostas ao público. A cotiarinha é peçonhenta e seu veneno age localmente,
diferentemente de outras espécies como a cascavel, com ação sistêmica. “Elas
ainda não estão em exposição por conta do tamanho”, explica Carlos Eduardo
Nóbrega, diretor de Répteis, Anfíbios e Artrópodes do Zoológico de
Brasília.
No espaço das aves, outro tesouro: a
tiriba-de-pfrimer. Endêmica do cerrado, ela está ameaçada devido à perda de
habitat. “É uma espécie colorida que chama a atenção. Ela ocorre mais em matas
secas e afloramentos rochosos”, explica Wesley Batista, assistente de plantel
na diretoria de aves do Zoo. Há quatro exemplares dela na unidade de Brasília.
“Temos duas espécies de tatu com exclusividade no Zoológico de Brasília, que é
o tatu-canastra e o tatu-bola-da-Caatinga. O público pode conferir aqui no
local”, explica Thiago Marques, supervisor de manejo do Zoológico.
“Temos duas espécies de tatu com exclusividade no
Zoológico, o tatu-canastra e o tatu-bola-da-Caatinga”, diz Thiago Marques,
supervisor de Manejo. Fotos: Lúcio Bernardo Jr. - Agência Brasília
Luta contra a extinção Responsável por executar as
ações do Sistema Nacional de Unidades de Conservação e fomentar e executar
programas de pesquisa, proteção e conservação da biodiversidade, o Instituto
Chico Mendes (ICMBio) realiza a avaliação nacional do risco de extinção da
fauna brasileira. Os estudos estão disponibilizados no site do Instituto, que
aponta: “a perda e degradação do habitat, principalmente decorrente da expansão
agrícola e urbana e da instalação de grandes empreendimentos, como
hidrelétricas, portos e mineração, é a mais importante ameaça para as espécies
continentais”.
O tempo de geração, a área de ocorrência, a
maturidade sexual e outras atividades humanas também são consideradas fatores
de extinção. O Zoológico de Brasília faz a sua parte na conservação da fauna ao
participar de programas nacionais e internacionais de espécies ameaçadas. A
prioridade é atender às recomendações feitas por especialistas, os chamados
Studbook Keepers.
Esses profissionais organizam a população de
espécies ameaçadas no Brasil e no mundo e, de acordo com dados genéticos
importantes, afirmam qual indivíduo pode reproduzir e com quem. Tudo isso para
garantir que a população mantida sob cuidados humanos seja saudável
geneticamente e que contribua, no futuro, para o reforço das populações em vida
livre. No caso do DF, a reprodução da serpente cotiarinha é um dos exemplos de
trabalho dos especialistas.
“No Zoo de Brasília, já houve registros de
reprodução envolvendo a cotiarinha, apesar de ser uma espécie que ainda não
participa de nenhum programa de conservação. A expectativa é que a cotiarinha
possa integrar algum plano de ação nacional para a conservação de sua espécie”,
acrescenta Carlos Eduardo Nóbrega. Dentro da área de 139,7 hectares do
Zoológico moram os mais de 826 animais. São mais de 185 espécies de aves, répteis
e mamíferos. Também pertence ao Zoo uma Área de Relevante Interesse Ecológico
(ARIE), conhecido como Santuário de Vida Silvestre, somando 440 hectares,
limitando-se ao Aeroporto Internacional JK e à Vila Telebrasília.
Todo esse complexo é administrado pela Fundação
Jardim Zoológico de Brasília. Serviço: Para conhecer esses e todos os outros
animais do Zoológico de Brasília basta ir ao local, na Avenida das Nações (L4
Sul). O espaço fica aberto para visitação de terça-feira a domingo, de 8h30 às
17h.
Os ingressos custam R$ 10 (inteira). Crianças de 6
a 12 anos, estudantes, idosos (acima de 60 anos), professores e beneficiários
de programas sociais do governo pagam meia-entrada. Menores de 5 anos, pessoas
com deficiência e seu acompanhante (se necessário) têm direito à
gratuidade.
O ingresso é pago somente em dinheiro e a entrada
com bebidas e alimentos é permitida, com exceção de bebidas alcoólicas e
recipientes de vidro.
Agência Brasília