Segurança nacional
*Por Circe
Cunha
Tem razões de
sobra o Governo do Distrito Federal quando protesta contra a instalação do
Presídio Federal de Brasília nas cercanias da capital. Essa é, de fato, uma
questão de Segurança Nacional. Como sede dos Poderes do Estado, Brasília é
também o sítio onde estão instaladas todas as representações diplomáticas
internacionais, sendo ainda a sede de todos os escritórios de órgãos
internacionais que mantêm relações diversas com o Brasil, o que já bastaria,
por si só, para ser considerada uma área sensível de segurança e de grande
importância para a política externa do país.
A vinda desse
presídio de segurança máxima para as proximidades da capital demonstra, de
forma clara, que as autoridades ligadas diretamente a esses assuntos
desconheciam, por completo, as características especiais que envolvem o
funcionamento da capital, revelando um grave erro estratégico que pode
acarretar consequências imprevisíveis e de grande efeito para o Brasil.
Diariamente
passam por Brasília autoridades vindas de todas as partes do planeta, que para
aqui se dirigem para tratar de assuntos de interesse do Brasil com outros
países, criando assim uma imensa responsabilidade do governo, tanto local como
federal, com a segurança e o livre trânsito dessas personalidades. A preocupação
do Governo do Distrito Federal principalmente com as seguidas transferências e
permanência de líderes das mais perigosas organizações criminosas que atuam no
Brasil, mas que passaram a atuar também além das fronteiras nacionais, tem
razão de ser.
A internacionalização
do crime organizado é hoje uma realidade. A facilidade, propiciada pelos novos
meios de comunicação, aumentou o poder de ação e de fogo dessas organizações,
que hoje estabelecem contatos com criminosos de outros países, inclusive com
grupos guerrilheiros que agem na Tríplice Fronteira. Aproveitando as brechas e
carências em segurança do Brasil e dos países latino-americanos, essas
associações do crime têm adquirido um poder de tal magnitude, que, mesmo tendo
parte de suas lideranças detidas em presídios de segurança máxima, conseguem o
controle das atividades externas de modo até fácil.
Desde que
começou o processo de transferência e permanência dos líderes dessas facções
para o Presídio Federal de Brasília, os órgãos de inteligência da polícia
começaram a detectar a presença, na capital, de pessoas ligadas a essas
organizações, que para aqui vieram para manter o escritório do crime e todo o
seu aparato o próximo possível dos chefões. Há pouco tempo foi preciso,
inclusive, a intervenção de forças do Exército, cercando todo esse presídio,
pois havia informações de uma possível ação para libertar alguns desses
comandantes do crime ali detidos.
É preciso
constatar que essas organizações criminosas, pela quantidade de dinheiro que
amealharam, contam também com a defesa dos mais caros escritórios de advocacia
do país, que constantemente acionam a justiça em busca de direitos e regalias.
Alguns especialistas no assunto acreditam que o mais certo a fazer, a essa
altura, é o GDF negociar com o governo federal a construção de outro presídio
com essas mesmas características de segurança em outro local, noutro estado,
transformando o atual complexo, num sistema prisional que atenda apenas a
presos comuns da região.
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A frase que não foi
pronunciada: “Um dos maiores travões aos delitos não é a
crueldade das penas, mas a sua infalibilidade [...]. A certeza de um castigo,
mesmo moderado, causará sempre impressão mais intensa que o temor de outro mais
severo, aliado à esperança de impunidade. ” (Cesare Beccaria, representante
do iluminismo penal)
Chico Lima
Filho: Quando o funcionário trabalha com afinco e
seriedade parece que o setor se transforma em sobrenome. Assim é o Chiquinho do
Cedoc, do Correio Braziliense. O coração afinado com a cidade lembrou até a
melodia do canto dos garotos que vendiam o jornal. Entenda vendo o conhecimento
de Chiquinho numa bela entrevista para o jornal por ocasião das comemorações
dos 60 anos de Brasília. (Vídeo)
Biblioteca do
Senado: Com prefácio do ex-senador Cristovam Buarque, o
senador Confúcio convida os leitores de Brasília a participar do lançamento do
livro Educação — Resgate Histórico: Do Abandono Do Ensino Público Brasileiro.
Dia 19/2, quarta-feira, às 18h30, na Biblioteca do Senado Federal. Todos são
bem-vindos.
Discurso: Defendeu o senador Confúcio, em plenário: “Poderíamos melhorar a saúde
e, em especial, a educação, com recursos extras. Hoje, há quase R$ 3 bilhões
contingenciados no orçamento do Ministério da Educação. Essa verba, e muito mais,
estaria disponível para aplicação na educação básica e nas universidades.
Cinquenta ou setenta bilhões de reais extras, aplicados todos os anos no
ensino, fariam imensa diferença na diminuição da desigualdade”.
Defesa Civil e
Bombeiros: Seria interessante que salões de festa da cidade
fossem vistoriados inclusive para a verificação da validade dos alvarás. Saídas
de emergência, projeto arquitetônico, extintores de incêndio e tantos itens que
garantem a segurança dos frequentadores.
(*) Circe
Cunha - Coluna "Visto, lido e ouvido" - Ari Cunha - Fotos: Sérgio Lima/Poder360 - Cartaz/Senado - Reprodução em doremidf.com - Correio
Braziliense
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JUSTIÇA