Moa, um
fã do samba, do verde e da qualidade de vida. Quando Moacyr de Oliveira
Filho, o presidente da Aruc, aqui chegou, Brasília tinha meros 17 anos. E foi
isso o que o encantou: a chance de ajudar a escrever a história da cidade
Em
homenagem à capital federal, formada por gente de todos os cantos, a Agência
Brasília está publicando, diariamente, até 21 de abril, depoimentos de
pessoas que declaram seu amor à cidade.
Moa ajudou a fundar o bloco de
Carnaval Pacotão e se aproximou da escola de samba Aruc, da qual acabei
presidente por cinco mandatos.
Sou paulistano, nascido e criado no Brás, e nunca
imaginei morar em outra cidade. Em 1977, quando tinha 24 anos, minha vida
mudou radicalmente, com o convite para vir trabalhar em Brasília, transferido
pela Folha de São Paulo. O salário era muito melhor e tinha um único
compromisso: deveria ficar, no mínimo, seis meses.
Quando desembarquei em Brasília, numa tarde de
abril de 1977, jamais poderia imaginar que esta seria a minha segunda cidade
natal. Pois foi o que aconteceu. O que era para durar seis meses, já dura
43 anos. Aqui casei (quatro vezes), tive cinco filhos e três netos. E hoje
digo com orgulho que sou brasiliense de coração.
Quando aqui cheguei, Brasília era uma jovem cidade
de apenas 17 anos de vida. E foi exatamente isso que me encantou. Aqui, a gente
tinha a sensação que estávamos ajudando a escrever a história da cidade. O
começo da abertura política, no governo Geisel, criava um clima de
efervescência e entusiasmo.
Participei diretamente da retomada do Sindicato dos
Jornalistas, com a eleição de Carlos Castelo Branco, e do Clube da Imprensa, do
qual fui presidente, ajudando a construir não só um movimento de resistência à
ditadura, mas um forte e pujante movimento cultural, que tinha o Clube da
Imprensa como um dos seus polos irradiadores.
Ajudei a fundar o Pacotão, e por meio dele, me
aproximei da Aruc, da qual acabei sendo presidente por cinco mandatos, não
consecutivos, aonde estou até hoje.
Da minha
Paulicéia Desvairada, onde nasci e morei 24 anos, guardo hoje apenas o amor
pelo Corinthians e pelo Vai-Vai. Minha vida, meus amores e minhas paixões hoje
estão todas aqui, há 43 anos.
Participei do movimento sindical, fui secretário de
Estado em dois governos. Acompanhei, como assessor parlamentar, a Assembleia
Nacional Constituinte, e me orgulho de ter ajudado a escrever a nossa
Constituição Cidadã. Trabalhei em vários órgãos de imprensa, locais e
nacionais, em assessorias, públicas e privadas, e no Congresso Nacional.
Apaixonado pela arquitetura, pelo verde e pela
qualidade de vida que Brasília ainda nos proporciona, hoje, quando aquela
adolescente de 1977 vira uma sessentona charmosa e atrevida, tenho orgulho de
dizer, sem falsa modéstia, que nesses 43 anos que aqui vivo, ajudei a escrever
um pedaço da história dessa cidade.
Do que muito me orgulho: Da minha Paulicéia
Desvairada, onde nasci e morei 24 anos, guardo hoje apenas o amor pelo
Corinthians e pelo Vai-Vai. Minha vida, meus amores e minhas paixões hoje estão
todas aqui, há 43 anos.
Moacyr de Oliveira Filho, o Moa, jornalista,
presidente da Aruc, mora em Brasília há 43 anos.
Agência
Brasília
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BRASÍLIA 60 ANOS