Quando militares do Corpo de
Bombeiros retiraram Patrícia, ela estava sem os sinais vitais e não foi
possível tentar reanimá-la. Um colega a acompanhava no local
Mergulhadora morre afogada. O corpo da médica veterinária Patrícia Arrais, 46
anos, foi visto boiando no espelho d'água por um funcionário da Caesb
perto das comportas. O caso é investigado pela 6ª Delegacia de Polícia, que
fará perícia no equipamento usado por ela para a prática
A Polícia
Civil investiga a causa da morte da médica veterinária e mergulhadora Patrícia
Arrais Rodrigues, 46 anos. O corpo dela foi encontrado próximo às comportas do
Lago Paranoá, por volta das 12h de ontem, por um funcionário da Companhia de
Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), que o avistou no espelho
d’água e acionou o Corpo de Bombeiros. Assim que a equipe chegou, viu que a
vítima usava equipamento de mergulho e que estava sem os sinais vitais, o que
impediu as tentativas de reanimação.
Agentes da 6ª
Delegacia de Polícia (Paranoá) apuram se o cilindro de oxigênio utilizado por
Patrícia estava vazio. De acordo com a delegada-chefe da unidade policial, Jane
Klébia do Nascimento Silva, o equipamento passará por perícia para verificar se
esta teria sido a causa da morte da mergulhadora. O corpo não tinha
ferimentos.
Ainda segundo
a delegada, Patrícia teria levado outros três cilindros reservas, que também
estariam sem oxigênio. Os itens, no entanto, não foram encontrados no local
onde o corpo da médica veterinária foi resgatado. Investigadores buscam os
equipamentos, com o objetivo de apreendê-los e periciá-los. De acordo com Jane
Klébia, Patrícia estava acompanhada de um colega de mergulho, que foi ouvido
pelos investigadores.
A testemunha
disse que chegou por volta das 8h40 no Lago Paranoá com Patrícia, onde costumam
praticar mergulhos autônomos. Ela teria entrado na água sozinha para realizar
mergulho de 4 horas. Havia um acordo entre eles de que, se a atividade durasse
mais de 5 horas, o outro deveria acionar o Corpo de Bombeiros.
O professor
Alexandre Motta, 40, marido de uma prima da vítima, conta que Patrícia
foi dona de uma escola de mergulho e que a família ainda não sabe com
detalhes o que aconteceu. “Temos apenas informações preliminares de que ela
teria ido fazer um mergulho solo. Porém, esse tipo de prática é feito com
sinalizadores, que estavam faltando”, detalhou o familiar.
De acordo com
Alexandre, Patrícia era veterinária e tentava lidar com a perda do
namorado, assassinado no Lago Paranoá durante um latrocínio. “Ela é um anjo e
só tenho que desejar o bem dela. Minha ficha não caiu e nossa família está em
prantos”, lamentou.
Por volta das
17h de ontem, familiares de Patrícia estavam no local onde o corpo foi
encontrado. Trata-se de uma propriedade privada, que dá acesso às margens do
lago. Desolados e sem muitas informações, os parentes não falaram com a
imprensa. Às 19h, o corpo foi levado pelo Instituto de Medicina Legal (IML).
Namorado
morto: Em 8 de dezembro do ano passado, o namorado de
Patrícia, Luciano Heusner, 41, foi vítima de latrocínio — roubo seguido de
morte. O casal estava mergulhando na Ermida Dom Bosco quando foi abordado por
um criminoso, que ameaçou os dois com um revólver e uma faca, os amarrou e os
levou para uma área isolada às margens do Lago Paranoá, na altura da QL 32. O
autor do crime esfaqueou o mergulhador no pescoço e depois fugiu, levando o
carro e os pertences das vítimas.
Patrícia
estava presa numa área diferente de Luciano. Ela conseguiu desatar o nó e se
soltar. E, ao ouvir o barulho do carro, correu pela mata à procura do
companheiro. Ao encontrá-lo, ele ainda estava com vida. Ela acionou o socorro,
mas o rapaz não resistiu e morreu antes de ser atendido. Em março de 2019, um
dos acusados pela morte de Luciano, Romário Alves de Sousa Silva, foi
encontrado, em São Luís, no Maranhão. Além do latrocínio, ele teria cometido
outros crimes.
Correio Braziliense
– Fotos: Facebook – Corpo de Bombeiros
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