Receio: Bolsonaro e aliados têm pressionado o governador Ibaneis Rocha (MDB) a
afrouxar as medidas de restrição na capital. Na visão deles, o DF poderia
servir de exemplo para o país e iniciar um movimento de relaxamento. Isso ficou
claro em uma conversa privada entre ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, e o
deputado federal Osmar Terra (MDB), flagrada e divulgada pela CNN Brasil. No
diálogo, no entanto, Terra também frisa que Ibaneis está com receio de
flexibilizar o isolamento e isso ter reflexo no número de casos. O emedebista
foi um dos primeiros a tomar medidas duras para conter o avanço da Covid-19.
Até agora, a decisão dele de decretar as restrições se mostrou correta e o
aumento de casos no DF está abaixo do esperado.
Em
primeiro lugar, mas em queda: Uma pesquisa feita com base na geolocalização de
aparelhos celulares mostrou que o Distrito Federal segue como a unidade da
federação em que as pessoas mais respeitam o isolamento social. De acordo com o
levantamento da empresa de tecnologia In Loco, 56,47% dos brasilienses ficaram
em casa na terça-feira (7). Os números mostram que parte considerável da
população da capital compreendeu a necessidade das medidas de restrição, mas
que também houve retrocesso. Em medição de 22 de março, a taxa tinha chegado
perto dos 70%. Segundo a Secretaria de Saúde, o crescimento dos casos de
coronavírus no DF está abaixo do esperado e o isolamento é fundamental para
esse resultado.
Fique em casa: Para alertar a população, o Executivo local tem utilizado várias
formas de comunicação: placas, campanhas de publicidade e até mensagens de
celular. Nesta semana, vários brasilienses receberam um SMS com o seguinte
texto: “O GDF reforça a importância do isolamento social contra o coronavírus,
evitando a contaminação em massa da nossa população. Fique em casa”.
Isolamento
reduz acidentes: As medidas de restrição e isolamento contribuíram para queda no número
de acidentes de trânsito no Distrito Federal, segundo levantamento da
Seção de Delitos de Trânsito (SDT) do Instituto de Criminalística (IC) entre os
dias 11 de março e 2 de abril. A análise das perícias revela que o número de
acidente com vítimas na semana posterior ao fechamento do comércio — de 22 a 28
de março — ficou em 35 casos, queda de 64% em relação à semana anterior. A
restrição de abertura de lojas e estabelecimentos começou em 20 de março.
Alexandre
de Paula – Coluna “Eixo Capital” – Fotos: Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press - Ed Alves/CB/D.A.Press -Correio Braziliense
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