Respeito à enfermagem
A pandemia do novo coronavírus
ressignificou muitos aspectos, entre eles, a importância e o respeito a algumas
profissões. Medicina, enfermagem e jornalismo são algumas delas. Hoje, quando
se celebra o Dia Internacional da Enfermagem, é preciso destacar esses
profissionais da saúde que estão literalmente na linha de frente. São eles,
enfermeiros, técnicos e auxiliares que trabalham no primeiro atendimento aos
pacientes que chegam a um hospital com suspeita de covid-19.
Segundo dados divulgados pelo Cofen (Conselho
Federal de Enfermagem), até a última quarta-feira, o número de profissionais de
enfermagem mortos pela covid-19 no Brasil chegou a 98, sendo 25 enfermeiros, 56
técnicos e 17 auxiliares. Números mais altos do que em países com mais mortes e
casos em geral da doença, como Estados Unidos e Espanha, que têm,
respectivamente, 91 e 50 mortes de profissionais de saúde.
Estar na linha de frente é parte do
ofício desses profissionais. Ato esse que faz toda a diferença, mas, ao mesmo
tempo, é também um risco enorme para todos eles. Estar nessa posição primária
no combate ao novo coronavírus é de uma coragem sem tamanho pela invisibilidade
e pela falta de conhecimento total do vírus, que começou como uma doença
respiratória e, a cada dia, se estende como uma doença sistêmica. Sem falar na
precariedade, que, muitas vezes, os deixa sem equipamentos de proteção
individual suficientes para a jornada de um plantão. E nos duros momentos em
que não há leitos para o atendimento de todos os pacientes.
Já não bastasse toda a tensão causada
pela situação em si, há ainda a questão psicológica desses profissionais, como
bem pontuou a técnica de enfermagem Cristiane Diniz na matéria de ontem de
Cidades dos colegas Alan Rios e Thais Umbelino: “A maior dificuldade é lidar com
o emocional”. Todos eles têm uma família que os espera em casa. Todos eles
também têm medo.
Meu respeito e sincero agradecimento
a esses profissionais que não medem esforços e que são de extrema importância
para a sociedade, principalmente neste momento. Que eles tenham condições
psicológicas e estruturais para continuar nos ajudando. E que a gente faça a
nossa parte por eles também, ficando em casa.
Por
Adriana Izel - Fotos/Ilustração: Blog -Google –
Correio Braziliense
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COVID-19