“Ainda bem que a natureza, contra a vontade da humanidade, criou
esse monstro do coronavírus, porque esse monstro está permitindo que os cegos
enxerguem, que comecem a enxergar que apenas o Estado é capaz de dar solução a
determinadas crises.” Lula cita Benito Mussolini e evidencia que a dicotomia direita e esquerda nunca existiu no Brasil. Aqui há todos os tons do errado."Tudo para o Estado, nada contra o Estado". O mandamento maior do fascismo.
Por Victor Dornas
Não esqueçamos o principal mote de impulsão da candidatura
Jair Bolsonaro.
Uma esquerda alucinada, perdida na própria vaidade, incapaz de
admitir que não é, nem de longe, aquilo que jura ser, isto é, humana. Lula, o
presidiário virtual que aufere farta renda custeada pelo erário, tem todas as
razões do mundo para defender o Estado. Nunca empreendeu, ou administrou uma
empresa.
Condenado, porém liberto no mérito malabarista de grandes bancas advocatícias, graças ao Estado e, principalmente, pelo surto de
valores morais da uma esquerda combalida, Lula se sente muito à vontade para dar pitacos como comentarista político e como filósofo também.
A fome de poder de um
megalomaníaco não tem fim. Lula não admite a existência de uma esquerda que
não reconheça serventia aos seus supostos feitos. A verdade é que o sucesso
politico de Lula se dá nas costas de uma mulher.
Explico: O brasileiro, de um modo geral, em face da incultura política,
tem como hábito ou percepção, a análise imediatista dos fatos. É incapaz de
transcender devidamente para ponderar acerca de lapsos temporais. Não me refiro ao público
frustrado da oportunidade do estudo e sim aos minimamente versados.
Se Lula galgou sucessos
em seu governo, isso se dá, na perspectiva do adorador, por mérito dele apenas,
de imediato. Da mesma forma, se Dilma naufragou num governo vendido aos
caciques políticos no parlamento, entregando um PIB que só seria aceitável em
tempos de guerra, isso se dá, da mesma forma, por culpa dela.
Para não admitir inteiramente a tese imediatista,
o adorador lulista dirá que a culpa do insucesso de Dilma seria do congresso, ou seja, se
o indivíduo quiser vender a alma, a culpa é do demônio e não dele próprio. Trata-se,
contudo, de uma sabotagem camuflada e de um certo machismo também, pois Dilma arcou
com os efeitos de todas as barbeiragens promovidas por Lula que, em meio ao
escândalo do mensalão, ainda contava com os louros promovidos às expensas do
esforço de gente séria que debandava do governo.
Gente técnica que dificilmente
ganha holofotes no noticiário político e que está mais preocupada em resolver
os pepinos diários da gestão publica do que com o falatório ignóbil de oportunistas
de ocasião.
A história da gestão petista ficou marcada assim. Um homem com
tarimba que nunca teve, com o saber do governante que escolheu mal sua sucessora, a mula, a
fracassada. E não se vê nenhum pio na dita esquerda sobre essa injustiça simbólica. O
progressismo de goela, ocasional, comodista.
Dilma levou nas costas a realidade do governo Lula. O efeito,
a repercussão das tramoias todas submergiram em sua gestão. Além de sua própria
incompetência, evidentemente, porém, não se deve misturar uma coisa com a outra. Foi
usada, sutilmente, como uma mula política. É inegável.
Aos 74 anos, agora filósofo, Lula resolve citar Mussolini,
assim na desfaçatez de quem pouco se importa com a repercussão daquilo que diz.
Esse jeitão aparentemente bronco de Bolsonaro, mas que, em verdade, resvala algo
pior, vem de Lula. É o descaso, o deboche, a ausência de preocupação com aquilo
que se diz. Lula não está nem aí pois sabe que, ao contrário de Bolsonaro, não
tem sequer uma imprensa disposta a marca-lo em seus passos.
Está livre para dizer que a Guerra do Paraguai não matou
tanto assim. Apenas 18 mil mortos! É que Lula, como filósofo e tendo sua
filosofia paga pelo bolso do brasileiro até hoje, não leu sobre aquilo que diz.
E, com isso, causa simpatia em grande parte de seu público que também não costuma
ler nada sobre aquilo que diz.
Lula filósofo custa caro. Mais do que dinheiro, ele custa a
memória de nosso país.
Victor Dornas. Colunista do Blog do Chiquinho Dornas; Fotografia: Google