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AUXÍLIO SÓ PRESTA SE FOR DO PT (Coluna Victor Dornas)


Por Victor Dornas

A politicagem inconsequente doravante alçará novos patamares. A arma da vez é o auxílio emergencial que, se depender do PT, deverá ser pago até 2030 ou 2040, quem sabe? Para impedir que o governo federal capitalize mérito por distribuir 30 bilhões para 50 milhões de pessoas em poucas semanas sem quebrar o país, o PT agora tentará esticar a corda ao máximo para vender a narrativa de que a interrupção do subsídio é intempestiva, ou seja, não importa o momento que o governo acabe com a concessão. Isso será vendido como desumano para que, assim, o Bolsonaro não consiga assinar aquilo que mais legitima o PT, ou seja, as bolsas, subsídios, programas de auxílio de renda, etc.

Se hoje nós tivéssemos Fernando Haddad na presidência, não haveria qualquer mal estar no governo diante da concessão ininterrupta de tantos bilhões a despeito dos efeitos futuros que seriam evidentemente piores. O povo alienado acharia lindo, muito humano, afinal de contas esse dinheiro que o governo distribui brota de árvores e não do setor produtivo.

É bem verdade que no Brasil, os grupelhos elitistas que promovem oligopólios no meio empresarial com a força do lobby no congresso assinam boa parte da miséria que nós estamos, contudo, não tenham nenhuma dúvida que o PT não está preocupado com a melhor forma de distribuição desses recursos e sim com a capitalização política disso. Se Paulo Guedes decidir estender o “benefício” até o Natal, ou até o ano que vem, ou quem sabe de forma peremptória, o PT estará lá acompanhado de seus partidos satélites (PSOL, PC do B, Rede, etc) descendo o porrete no governo. Não há senso crítico disponível no imaginário nos seus blocos de apoiadores que enxergue esse oportunismo, há de se ressaltar.

Afinal, até hoje eles acreditam na inocência do Lula, aquele que estabeleceu vínculos de amizade com o pior tipo de gente que se possa imaginar, que o cedia moradia por puro prestígio. Fernando Henrique Cardoso, assumidamente socialista e considerado liberal nessas terras insanas onde estamos, nunca foi tão longe e sequer permitiu tanta selvageria capitalista nos cargos mais influentes do governo. Capitalismo uma ova, aliás, já que essa gente nunca admitiu nenhum sistema de concorrência.

Pergunta-se: Como uma esquerda tão combalida por sucessivos escândalos de corrupção bilionários ainda detém o monopólio das narrativas?

A resposta é simples: O PT expandiu suas bases, criou partidos satélites, de modo que não importa a bobagem que Lula faça, como por exemplo ter dito que o vírus era uma benção da natureza (não há nada mais fascista do que isso), sempre haverá quem o sustente. Já Bolsonaro, ao assumir o cargo maior, implode o próprio partido e atualmente está ilhado tendo que ficar subserviente ao centrão. Vejamos caro leitor, a esquerda é muito boa naquilo que faz. Não é qualquer zé ruela que sustenta os movimentos articulados. São catedráticos, ideólogos, gente estudada que conhece todas as táticas de guerra e jogo de narrativa.

Já a direita? Totalmente destrambelhada, apostando todas as fichas num sujeito que nunca foi empresário, que aposentou-se acumulando proventos militares desde os trintas anos, expulso da escola militar por confabular explosões pela cidade. Claro que não daria certo.

A gasolina que move isso que se diz direita no Brasil são os excessos do PT, de maneira que gente assim, tão bem treinada e inteligente, não costuma errar mais do que acerta na estratégia politica de dominação de discursos de massa. A esquerda se ramifica com tanta rapidez e rótulos variados que criaram o movimento de 70 % contra Bolsonaro para dar voz aos hipócritas que criticavam as passeatas pró-governo que queriam, ademais, surfar nos movimentos supostamente antifascistas terroristas americanos.

Mas o grosso do PT? Não, não. Esses são mais espertos e sabotaram o movimento dos 70 % que eles próprios ajudaram a construir. Com gente assim não se brinca. O PT sabe exatamente aquilo que faz. São inteligentes, argutos e bem orquestrados, de modo que até um torneiro mecânico aprende direitinho o modo correto de agir.

Agora toda essa gente está focada na paternidade do auxílio emergencial. Se Bolsonaro tem seus ensaios de patrimonialismo, o PT já tem doutorado sobre isso.

O chicago boy que se cuide. Vem por aí chumbo grosso.




(*) Victor Dornas - Colunista do Blog Chiquinho Dornas ,fotos ilustração: Blog-Google

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