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O ADVOGADO DO DIABO (Coluna Victor Dornas)



Por Victor Dornas

Logo que começaram a pipocar as notícias sobre a batida da polícia civil na residência de Frederick Wassef, a militância jornalística já dispunha de um dossiê completo da vida do advogado da família Bolsonaro que abrigou Fabrício Queiroz. Descobriram que Wassef foi integrante de uma seita satânica cujo líder foi preso por abuso e homicídio infantil. Muito macabro! Isso lá nos anos 80... O quê a própria imprensa militante não esperava é que não precisava de nada disso para descreditar a imagem do advogado em questão. Bastaria deixa-lo falar.

Em entrevistas, Wassef disse tanta bobagem que até o próprio Bolsonaro, afeito a ser ladeado por alucinados de todo tipo se sentiu constrangido e, dizem, bastante irritado com as tais falas. A mais aberrante delas? Que Wassef "não conhece Queiroz". E, se não conhece, como o mesmo foi achado lá na residência dele? Não se sabe! Podem ter sido os marcianos, por exemplo, que devolveram Queiroz ali após uma abdução, por pura traquinagem, vejam só. A cada sílaba proferida, Wassef parece ser, na verdade, advogado dos opositores do governo e não se sabe como alguém tão desprovido de qualquer talento para a oratória ou para a articulação de pensamentos chegou ao posto de advogado reconhecido.

Na verdade, se sabe sim! O Brasil talvez seja atualmente o país que mais enaltece figuras desprovidas de qualquer talento. Na arte, na política e em tudo mais.

Falando em arte, o famoso filme “O Advogado do Diabo”, protagonizado por Keanu Reeves e Al Pacino, mostra a história de um advogado tão bom, mas tão bom, que despertou o interesse do próprio tinhoso que resolve contratá-lo para uns servicinhos! Meio clichê? Totalmente clichê! Mas, ainda assim, um bom filme. Já Wassef, não é nada clichê! É excentricamente tosco. Causou ainda um arranca-rabo em rede nacional com a advogada Karina Kufa, também contratada pela família Bolsonaro. “O advogado sou eu!” “Ela quer é fazer progaganda do escritório dela!” Que baixaria. Nem o mais otimista opositor ao governo esperava que essa história do Queiroz ainda renderia tanta pólvora num único dia por mérito exclusivo do tal Wassef.

Claro que há espetacularização de tudo isso, afinal estamos falando da família nepotista que surgiu no pleito eleitoral de 2018 se dizendo nova política. Há interesse máximo tanto daqueles que tiveram suas torneirinhas fechadas como daqueles que odeiam Bolsonaro, pelo conjunto da obra em suas rixas intermináveis. Flávio é o décimo sétimo da notória lista do COAF, sendo que no topo tem gente da esquerda que além de presidir a ALERJ é investigada por ter movimentado 20, 30 vezes mais s sobre isso não se escuta um pio.

Claro que a polícia está cada vez mais politizada, tanto nos delegados de jurisdição estadual como também na PF. Claro que as FA também entraram na bagunça e agora se questionam como poderiam sair dela. Spoiler: Não podem! Já estão envolvidos até o pescoço. Claro que as batidas feitas em acampamentos bolsonaristas estão repletas de vícios de origem, autoritarismos e tudo mais.

Mas nada disso é suficiente para encobrir a verdade dos fatos: Bolsonaro, nepotista de carteirinha, agora tem seu filho defendido pelo advogado de Sérgio Cabral, usa o famoso discurso lulista do “eu não sabia de nada” e está cada vez mais distante do núcleo olavista, porém mais próximo do centrão e das figurinhas carimbadas da igrejinha do dinheiro.

Wassef, mesmo com a histórica trevosa da seita, não seria advogado do Diabo pois, como vimos no filme do Pacino, o diabo não contrataria um advogado tão desastrado que até parece um palhaço quando abre o bico. Contudo, como a palavra diabo é associada a políticos que gostam de desviar dinheiro público para promover máfias e rachadinhas, sendo Queiroz um diabinho que dizia no grampo ser capaz de dar cargo de vinte mil o a qualquer um da ALERJ, pode-ser dizer, então, que Wassef é de fato um advogado de diabinhos.

Resta saber se o diabão também tem algo a ver com isso. Um diabão americano não contrataria alguém tão ruim. Mas um diabão brasileiro... humm...



(*) Victor Dornas - Colunista do Blog Chiquinho Dornas ,fotos ilustração: Blog-Google


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