Geraldo Silva chegou a Brasília em
1960 e participou da organização do desfile de inauguração da capital
Pioneiro e conciliador. Geraldo
Silva ajudou a fundar a Guarda Especial de Brasília (GEB), que mais tarde seria
substituída pela Polícia Militar
Morreu, aos 93 anos, o pioneiro de
Brasília, escritor, coronel aposentado da Polícia Militar do Distrito Federal e
ex-diretor do Detran, Geraldo Silva. Ele foi enterrado ontem à tarde, após uma
cerimônia reservada. Segundo a família, ele teve falência múltipla dos órgãos e
morreu no sábado à tarde, no apartamento no qual viveu por 55 anos com a esposa
Heloísa, na 206 Sul.
Geraldo Silva é um importante nome
na história de Brasília. Ele veio da Bahia e já era primeiro-tenente do
Exército quando chegou ao Planalto Central, em 17 de abril de 1960. Participou
da a organização do desfile de inauguração de Brasília, conviveu com Juscelino
Kubitschek, além de ajudar a fundar a Guarda Especial de Brasília (GEB). Anos
depois, quando a GEB acabou, policiais militares do Rio de Janeiro migraram
para cá e foi criada a Polícia Militar do Distrito Federal. Geraldo tornou-se coronel
da PM.
Ele foi apontado pelo coronel Jair
Tedeschi, 72 anos, como fundamental conciliador nesse processo. “Ele foi muito
bom articulador de fazer aproximação com o pessoal daqui, com o pessoal do Rio.
Sempre tentando trazer a melhor forma possível para resolver as coisas”, diz
Tedeschi.
O coronel conheceu Geraldo em
1971, quando entrou para a corporação e foi seu aluno em aulas de relações
públicas. Para o Tedeschi, o que mais se destacou ao longo dos anos em Geraldo
foi a capacidade conciliadora. “O que ele sempre teve foi realmente essa
característica de aconselhador. Ele nunca levantava a voz. Paciente,
conciliador, uma pessoa de fino trato com todos nós. Ele deixa uma lacuna”,
lamenta o amigo de longa data.
Coronel Tedeschi diz, ainda, que
há cerca de um ano esteve com a família de Geraldo Silva, pois está escrevendo
um livro sobre a fundação da PMDF e a história de Geraldo se mistura à da
corporação. No entanto, ele não pôde ser entrevistado porque não estava mais em
condições, de acordo com o colega.
A Polícia Militar do Distrito
Federal emitiu nota de pesar despedindo-se do companheiro de farda. “Dessa vez,
um dos mais antigos integrantes da gloriosa. Desde 1966, exerceu com maestria a
função de Relações Públicas da Corporação”, diz a nota.
Além de ter sido fundamental na
Segurança Pública do Distrito Federal, Geraldo Silva é apontado como uma
importante liderança comunitária e incentivador do melhoramento da cidade para
as pessoas. Ele fundou, ao menos, 25 prefeituras, entre elas a Associação de
Apoio aos Moradores do Plano Piloto.
A filha, Fernanda Pelosi Silva,
conta que o pai sempre dizia que “a vida é para conviver, e conviver bem” e que
essa é a principal marca deixada por ele. “Meu pai era o homem da convivência e
da convivência pacífica. O amor à comunidade o senso de boa convivência.
Ele lutava muito pela harmonia entre as pessoas e sempre se preocupou com
o lado humano da cidade.”
Ela também diz que ele era muito
religioso, membro ativo da igreja católica e devoto de Nossa Senhora. “Ele
participou da fundação de vários movimentos da igreja católica em Brasília,
entre eles o primeiro Cursilho de Brasília.”
Geraldo Silva foi, ainda, diretor
do Departamento de Trânsito do Distrito Federal entre abril de 1964 e janeiro
de 1965, e colaborou escrevendo para o Correio. Era casado com a servidora
aposentada do Senado Regina Pelosi Silva, 86 anos. Teve duas filhas, Haydeê e
Fernanda Pelosi Silva, e deixa dois netos, Lucas, 22, e Luiza, 18.
Jaqueline Fonseca – Foto: Daniel Ferreira/CB/D.A.Press - Correio
Braziliense
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Grande amigo Kunka, que Deus o tenha! Condolências à família 🌹🙏👏🙏👏
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