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O JOGO PESADO DOS CORREIOS (Coluna Victor Dornas)


*Por Victor Dornas 

A greve dos correios é mais um dos capítulos da queda de braço entre o governo Bolsonaro e essa “empresa” que se estivesse no mercado privado já teria falido há tempos. Quando um gestor de uma empresa privada protagoniza escândalos sucessivos que culminam na perda de mais de 90 % do patrimônio líquido da mesma, isso significa falência. Na “mágica” estatal, entretanto, a “empresa” continua sendo mantida por subsídio, afinal de contas, a atividade de entrega postal num país com natureza geográfica continental é pouco atrativa (sarcasmo).

Além disso, diferentemente das empresas de fato, os Correios, como todos sabem, ainda gozam da prerrogativa do monopólio garantido por lei e, ainda assim, conseguem quebrar dessa forma. Este é o nível de gestão de uma mentalidade socialista que permitimos ser implantada no Brasil pelo analfabeto e bandido Lula e sua trupe durante tantos e tantos anos.

Os Correios argumentam que, depois de uma década amargando déficit que suplanta 2 bilhões de reais, que, ainda assim, numa boa administração (de um salvador, talvez) a “empresa”, ao contrário do que se diz, poderia “se manter” viável sem este subsídio estatal e que, por isso, o “papo” da privatização não teria razão de ser, afina de contas, na cabeça de vento de socialista, o fato de uma empresa que atua em monopólio “conseguir se manter” inibe a obviedade de que serviço postal não pode ser afastado do mercado, por razões óbvias.

Ou seja, ainda que num universo paralelo a “empresa” Correios tivesse balanço superavitário, o mal de mantermos um serviço próprio de mercado em monopólio já seria imensurável. Não é isso que vemos na prática.

Outro argumento furado é que o mercado, agindo pela égide do lucro, não atenderia regiões mais carentes e distantes, que os Correios, aliás, também não atendem, sejamos francos. Isso seria resolvido se o estado mantivesse um serviço subsidiado de entrega postal para tais regiões que não por isso detivesse de monopólio do mercado inteiro. Uma coisa não afasta a outra. Os Correios poderiam fazer apenas esse tipo de serviço, por exemplo, deixando para a iniciativa privada as áreas que permitem lucro imediato.

A tática usada não só por Bolsonaro mas por todos os políticos que querem acabar com essa “empresa” é miná-la pouco a pouco. Com o passar dos anos, os servidores tiveram benefícios tolhidos e quando perceberam que o próximo passo do governo seria privá-los de auxílios de final de ano, auxílio gestão, além do quadro de funcionários cada vez mais suprimido, eles resolveram entrar em greve justamente no ápice da pandemia, quando o serviço é urgente.

Reparem na ironia da questão: O servidor do Correio pensa que deve existir pois em sua cabecinha ele exerce uma atividade que não seria de mercado, ou seja, que seria essencial e de prerrogativa estatal. Acha que a empresa foi uma “conquista dos brasileiros”, embora não se preocupe em ouvir a opinião desses brasileiros no sac recordista dessa empresa. Agora que estamos numa pandemia, eles querem entrar em greve como se fosse uma empresa que não prestasse um serviço essencial, típico de sindicalista que assume papéis de acordo com a conveniência do jogo.

A questão logicamente foi parar na justiça. No Brasil, diante da permissividade frente a todo tipo de absurdo, não se sabe direito qual será o posicionamento final do judiciário e quanto tempo essa greve que anda sacrificando muita gente carente que eles sempre juraram proteger vai perdurar. Os Correios simbolizam uma parte do cancro deixado na herança maldita da dinastia petista que ainda domina o legislativo.

Não nos livramos de um ELEFANTE desses, da noite para o dia. Talvez, aliás, jamais nos livremos. É da nossa cultura sermos permissivos com esse tipo de fauna política.


(*) Victor Dornas - Colunista do Blog Chiquinho Dornas ,fotos ilustração: Blog-Google.

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