Por Victor Dornas
Não é novidade para
ninguém que o Oscar tem perdido cada vez mais relevância em engajamento de entretenimento e parece que o intuito deles é se afundarem cada vez mais com o anúncio de
que, a partir de 2024, somente serão permitidos filmes que abordem questões
identitárias (gays, racismo, etc). As pessoas andam tão alucinadas que não percebem que o nome disso
é censura, porém, por um lado não deixa de ser positivo, haja vista que o Oscar
já vem fazendo isso há alguns anos e agora resolveu subir mais um degrau na
sandice assumidamente. Positivo pois ao menos é declarado ao invés daquela hipocrisia de praxe, velada.
O Oscar, criado em 1929
pela MGM, hoje em dia é um troço difícil de identificar. Não se sabe direito
quem vota ali, já que os mais de 9 mil membros podem indicar qualquer pessoa, vinda de
qualquer formação e até o dinheiro que corre ali também é misterioso,
de modo que a noção de lucro não é mais prioridade e sim a propaganda de pautas
incisivas e fanáticas. A tal Academia hoje é formada por gente que parece se
congregar mais por política do que por cinema.
Como nem tudo na política são
trevas, esta coluna não se cansa de prestigiar a maravilhosa J.K Rowling por
mais uma sapatada nessa turma fundamentalista.
A criadora da famosa franquia
Harry Potter (muito superior nos livros do que nas adaptações cinematográficas
que, aliás, ironicamente, nunca recebem um mísero Oscar) sempre foi querida pela turma que se diz "progressista", mas gosta mesmo é de "porradarismo". Até que
Rowling começou a se incomodar com certas pautas deste exército descerebrado
que tentam acabar com distinções de gêneros. Explico:
O Roberval (exemplo), um baita homenzarrão com 2 metros de envergadura se identifica como mulher, contudo quer que Rowling ou qualquer outra mulher não faça qualquer distinção. Para a turma, mulher é apenas um rótulo, um estigma,
que qualquer um pode arrogar. Neste ritmo, talvez daqui a pouco uma cadela
possa também ser enquadrada num gênero e isso logicamente irritou a escritora.
A ideia de Rowling é argumentar que a mulher
acaba depreciada na aniquilação de gêneros já que se ser mulher passaria a ser qualquer
coisa e, por isso, não significaria nada. Isso, aliás, eis o objetivo de
qualquer pauta de gênero politizada, isto é, confundir as bases de formação
psíquica de um indivíduo para formar uma massa bestializada que se permita o
pior dos governos. Coloca-se, acima de qualquer pauta política, os melindres
existenciais dos chorões.
Outro ponto passível de
crítica é que a turma progressista normalmente se entende como seres sagrados,
sapientes e sobretudo mais bondosos do que a média, de maneira que, uma vez que o
indivíduo acometido por este delírio se identifique na politização de gêneros, desperta-se nele a alucinação de
que aquilo tudo que ele faz é sagrado, ou seja, qualquer obra que retrate um homossexual
cometendo crimes, por exemplo, passa a ter taxada negativamente. São seres
sagrados, incólumes.
E foi justamente neste ponto que Rowling resolveu atacar.
Seu próximo romance
será sobre um travesti serial killer e o anúncio despertou prontamente o ódio da
turma da linha dura nas redes que se manifestaram em indignação, afinal, na
cabeça oca desse povo, retratar um travesti dessa forma é misoginia, ou transfobia,
ou quaquer porcaria ou neologismo que esteja na moda.
Se for um hetero, sobretudo homem e branco,
retratado como um porco, tudo bem, afinal seria um tipo inferior. Rowling vem criando
celeumas com esses fanáticos há meses, de modo que fica difícil não constatar
que tudo foi planejado como uma estratégia de marketing para polemizar a obra
que ainda nem tem forma definida. Uma jogada de mestre, sem dúvida alguma.
Pode
ter ocorrido naturalmente também, e convenientemente principalmente. Isso teria
que ser questionado à própria escritora que resolveu declarar guerra aos
hipócritas da chamada linha dura.
De uma coisa não tenham
dúvida: Se Harry Potter, uma
franquia de filmes inocentes, nunca foi premiado pela Academia do Oscar nem por prêmios técnicos, este novo livro da gloriosa J.K. Rowling, ainda que seja o melhor livro já feito e
seja também adaptado como o melhor filme já criado, jamais seria indicado a
qualquer categoria do Oscar.
Frisa-se! A censura gera
antipatia, irritação e repulsa. O Oscar da coragem vai pra
J.K Rowling. O Oscar da censura, definitivamente não.
J.K. Rowling é uma mulher maravilhosa!
(*) Victor Dornas - Colunista do Blog Chiquinho Dornas ,fotos ilustração: Blog-Google.
(*) Victor Dornas - Colunista do Blog Chiquinho Dornas ,fotos ilustração: Blog-Google.