JK 118 ANOS
*Por Paulo Octávio
“Sou um homem de governo, meus
amigos trabalhadores, mas nunca me vereis tomar a causa do poder contra a justiça,
da riqueza contra a miséria, da opressão da força contra as liberdades
populares.” JK, 1956
Não tive a sorte de conviver com
JK, mas acompanhei de perto o entusiasmo do meu pai lendo e recortando as
matérias dos jornais e revistas sobre a construção de Brasília. Aprendi em casa
o significado de ser um bom presidente. Vivi, na prática, a construção da nova
capital do Brasil quando, aos 12 anos, atravessei o Eixo Rodoviário com a minha
família. Naquele 30 de julho de 1962, vi as imagens dos recortes de jornal se
transformarem em realidade.
A Brasília real, feita de amplos
espaços, concreto e vidro, ficou gravada na minha memória para sempre. Acredito
que ali começaram a ser construídas as ideias que mais tarde iriam moldar minha
visão de mundo. Uma mistura de coragem para empreender e força para realizar,
aprendidas com o maior líder político da história nacional, o presidente
Juscelino Kubitschek.
Por isso, celebrar os 118 anos de
nascimento de JK me faz relembrar o significado da política na vida nacional, a
importância de uma liderança generosa para a nação e o respeito às regras
democráticas para a construção de um país justo, humano e feliz. JK representa
um dos episódios mais férteis da história brasileira. Seu Plano de Metas fez o
Brasil crescer 50 anos em apenas cinco, fato sem precedentes na vida política
nacional. Afinal, metas não são palavras vazias, mas planos concatenados,
feitos por equipes competentes e estrategicamente traçados para gerar
resultados.
Juscelino é tudo isso e muito
mais. Praticou a democracia com talento, respeitando as instituições,
dialogando com os Poderes da República, construindo pontes entre os diversos
tecidos sociais do país. E aqui relembro um dos trechos do discurso proferido,
em 1957, na Associação Comercial de Santos: “(…) A circunstância de ter
participado da luta política em campos opostos não exclui a possibilidade de um
entendimento, de uma colaboração entre cidadãos que visam um único objetivo,
que é servir o Brasil da melhor maneira”.
Ousado nas ideias e atento às
práticas, JK conseguiu interiorizar o Brasil, que até então só enxergava o
Oceano Atlântico, sem visualizar o rico e fértil interior do país. Construiu
Brasília, transferiu a capital e abriu as imensas fronteiras brasileiras,
integrando a nação. Estimulou a indústria nacional e, para torná-la mais
eficaz, construiu hidrelétricas para gerar a energia necessária e abriu
estradas para transportar a produção. Tudo bem pensado, planejado e realizado
dentro das regras democráticas, respeitando a Carta Magna.
Se, hoje, o Centro-Oeste é esta
força econômica que alavanca o PIB nacional por meio do agronegócio, devemos a
JK, que, ao interiorizar o país, abrindo estradas e oportunidades aos
brasileiros, abriu, também, novo ciclo produtivo no Brasil.
Generosamente, soube ouvir os
adversários e dialogou com a imprensa combativa e avessa aos seus planos.
Resistiu com elegância a todos os ataques, executou com eficiência todos os
planos e entregou o prometido na data acordada.
E aqui, mais uma vez, abro um
parêntese para citar um trecho dos grandes discursos do presidente,
pronunciamento feito à nação em 31 de dezembro de 1956: “(…) Não sou o inventor
de Brasília, mas, no meu espírito se arraigou a convicção de que chegou a hora,
obedecendo ao que manda a nossa Lei Magna, de praticarmos um ato renovador, um
ato político, criador, um ato que, impulsionado pelo crescimento nacional a que
acabo de me referir, virá promover a fundação de uma nova era para a nossa
pátria”.
JK nos faz sentir saudade dos anos
em que o Brasil cresceu economicamente e também floresceu nas artes, nos
esportes e na cultura. Com seu jeito leve e gentil, soube amar a música,
respeitar os artistas, estimular os esportes e mostrar ao mundo todas as maravilhas
do nosso país. Não por acaso foi carinhosamente chamado Presidente Bossa Nova,
afinal, seu espírito modernista inspirou Tom Jobim, João Gilberto e Vinicius a
recriarem o samba com uma batida diferente. Foi, também, chamado de Presidente
Pé Quente porque, em seu governo, a Seleção Brasileira conquistou a Copa de
1958, e Maria Esther Bueno projetou-se internacionalmente nos torneios de
Wimbledon e US Open.
São tantas belas histórias e
tantas realizações que, neste setembro de 2020, quando Brasília celebra 60 anos
de vitórias e JK, 118 anos de nascimento, é com muito orgulho e gratidão que
celebramos o maior presidente da história nacional. O político que projetou o
Brasil no mundo, integrou o país e fez do Brasil motivo de orgulho para os
brasileiros.
(*) Paulo Octávio
- Presidente das Organizações PaulOOctavio – Foto/Ilustração: Blog-
Google
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HISTÓRIAS