Fluxo
maior nas ruas. Em meio à pandemia,
brasilienses aproveitaram o domingo para visitar parques e comércios. Em locais
como a Feira dos Importados, busca por itens de Natal começou a movimentar as
lojas
A dois meses do Natal, o
brasiliense aproveitou o domingo para começar a pesquisar os preços dos
presentes e itens de decoração que fazem parte das festas dessa época do ano.
Na Feira dos Importados, os corredores estavam movimentados. A maioria dos
clientes seguia as recomendações de distanciamento e uso de máscara para evitar
a propagação do coronavírus, mas, em alguns locais, como nas lanchonetes, a
concentração de pessoas era maior, o que gerou pontos de aglomeração.
Em busca de uma árvore de Natal, a
bancária Cléia Marques, 38, saiu de Samambaia e foi até o Setor de Indústria e
Abastecimento (SIA). Depois de passar a tarde inteira comparando os preços dos
produtos nas lojas, ela decidiu que vai deixar para comprar depois. “Vou
esperar mais um pouco, porque está tudo muito caro. Eu me assustei com os
preços. Quero mudar minha árvore que comprei no ano passado, e o valor aumentou
em torno de 30%. Espero que os preços estejam melhores até meados de novembro”,
diz.
Além da bancária, o farmacêutico
Viltomar Rodrigues, 56, também decidiu adiar as compras de enfeites natalinos.
Morador de Ceilândia, Viltomar disse ter ficado decepcionado com a pouca
variedade de produtos de decoração disponíveis na feira, já que a quantidade de
lojas que mudaram o estoque para o Natal ainda é pequena. “Achei as coisas um
pouco caras. Não tem nada barato. É o mesmo de sempre. Não tem novidade. Então,
vou dar mais uma pesquisada.”
Apesar da precaução por parte dos
consumidores, Viviane Xavier, 32, gerente de uma loja de decoração que está
preparada para o Natal desde setembro, acredita que as vendas deste ano vão
ultrapassar as do ano passado. “A gente está conseguindo superar as
expectativas. Por enquanto, está na média. A gente espera que vai melhorar
bastante porque as pessoas estão mais em casa, estão mais com a família, não
devem fazer tantas viagens. Então, a gente acredita que vai ser bem melhor.”
Sobre os valores dos produtos,
Viviane conta que houve um aumento de 20%, em média, nos preços dos
fornecedores. Porém, ela garante que esse reajuste não foi passado para o
consumidor. “A gente conseguiu fazer a importação antes de começar a pandemia
aqui no Brasil. Por isso, estamos conseguindo manter os preços”, diz.
Lazer: Fora dos centros comerciais, os pontos de lazer da
capital também ficaram movimentados ontem. No Parque da Cidade, os brasilienses
enfrentaram longas filas para entrar no parque de diversões Nova Nicolândia,
reaberto em 17 de outubro.
Luzia Pinheiro, 59, aguardava com
os quatro netos para entrar no local. Apesar da grande quantidade de pessoas,
ela disse que se sentia segura e protegida contra o coronavírus. “É a primeira
vez que estamos saindo para um local público desde o início da pandemia. Usamos
máscara e tomamos todos os cuidados. Não aguentávamos mais ficar dentro de casa
ou só ir à casa de parentes. Como aqui estava fechado no Dia das Crianças,
resolvi trazê-los hoje”, relatou a bancária.
Ao contrário de Luzia, o piloto
Jamerson Moraes, 32, ficou preocupado com a aglomeração que se formou na
entrada do Nicolândia. “A gente pode observar que a maior parte das pessoas não
está cumprindo o distanciamento nessa fila. É contar com a sorte”, disse,
acompanhado da mulher e dos dois filhos.
Na W3 Sul, ciclistas e pedestres
aproveitaram o dia sem chuva para passear e se divertir na avenida. Ontem, o
Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) liberou o cruzamento
entre as quadras 506/706 e 507/707, da W3 Sul, para veículos para tentar
minimizar as críticas de comerciantes e moradores que reclamavam que o
fechamento da via prejudicava as vendas e dificultava o acesso às quadras 100 e
300.
Desde que o projeto Viva W3
começou, em junho, o trânsito permanecia totalmente fechado no trecho aos
domingos e feriados, das 6h às 17h. A abertura do cruzamento não alterou o
movimento nesse ponto da W3 Sul.
Por Washington Luiz – Foto:
Ed Alves/CB/D.A.Press Correio Braziliense