Presidente do Lide em Brasília, o
empresário Paulo Octávio avaliou que a situação econômica do DF está melhor do
que se projetava no início da pandemia, devido à parceria entre governo e
empresários. “A economia teve que se reinventar. E, hoje, o que a gente vê é
uma posição de cooperação entre governo e iniciativa privada. O governo de
Brasília foi o primeiro a criar os mecanismos de defesa para a população e, ao
mesmo tempo, o setor produtivo não parou. O setor produtivo continua
trabalhando incansavelmente. Isso fez com que a economia avançasse. Nós não
chegamos ao final do ano com o flagelo tão temido que se previa em março e
abril.”
As concessões da Companhia do
Metropolitano do Distrito Federal (Metrô – DF) e da Rodoviária do Plano Piloto
estão entre os projetos citados pelo governador. “Não se trata só da CEB
(Companhia Energética de Brasília). Nós temos que conceder, também, o nosso
Metrô, a concessão está prevista para o início do próximo ano. O Metrô do
Distrito Federal consome em torno de R$ 900 milhões por ano dos cofres do DF.
Isso é a complementação da tarifa. Ele precisa, hoje, de um investimento de R$
2,5 bilhões para troca dos carros, melhorias e nova energização das linhas. O
Distrito Federal não tem esse dinheiro, não vai ter esse dinheiro. O Governo
Federal não tem esse dinheiro, não vai emprestar para o Distrito Federal.
Então, nós temos que conceder isso para o privado de modo que a gente possa ter
a modernização”, justificou.
A Secretaria de Transporte e
Mobilidade (Semob) realizou audiência para discutir a transferência de gestão
do Metrô-DF por 30 anos. A expectativa do Governo do DistriTo Federal (GDF) é
de que a licitação ocorra no próximo ano. Com a iniciativa, o Executivo local
espera reduzir os custos com o transporte e economizar R$ 175 milhões anuais.
Outra concessão prioritária, a da
Rodoviária, está em fase de consulta pública. O projeto prevê um contrato de 20
anos, com investimento de R$ 190,6 milhões em obras que deverão priorizar a
melhoria da mobilidade de passageiros e veículos na rodoviária, por meio da
adequação do modelo operacional do terminal
“A rodoviária tem que ser
concedida. O privado tem que entrar ali, o privado tem que operar,
transformando aquilo num grande centro de movimentação de pessoas. Nós temos
que resolver os problemas, e a parceria público-privada (PPP) é o melhor
caminho para isso, como é, também, a concessão dos estacionamentos públicos”,
defendeu.
Ibaneis fez as afirmações após
comentar sobre a privatização da CEB. A empresa vai ser leiloada em 4 de
dezembro, com valor mínimo estabelecido para a venda de R$ 1,4 bilhão. “Esse
preço vai nos ajudar a pagar as contas, e as contas lá são altas, em torno de
R$ 800 milhões, e vamos ter condições de investir na cidade, naquilo que é
preciso”, disse o governador.
Obras: Em outra frente, o GDF deve continuar a apostar em
obras para movimentar a economia. Na avaliação de Ibaneis Rocha, construções
como a do túnel de Taguatinga ajudaram a gerar empregos e a reduzir os impactos
da pandemia
“Temos uma visão de que 2021 vai
ser o dobro daquilo que prevíamos para 2020. Nós temos inúmeras licitações em
andamento na área de governo, inúmeras licitações importantes. Estamos com a
maior obra de engenharia, talvez do Brasil, ocorrendo em Taguatinga, que é o
túnel. Conseguimos liberar o viaduto do Recanto das Emas, estamos em via de
liberação do viaduto do Riacho Fundo”, adiantou.
Pandemia: O governador foi questionado pelos empresários
sobre como seria a atuação do GDF em uma possível segunda onda da covid-19 na
capital. Ele prometeu que não vai decretar o fechamento do comércio, caso isso
ocorra. “Nós estamos preparados, sim, para uma segunda onda. Rezamos muito para
que a vacina chegue, seja lá de onde ela venha, da Rússia, dos Estados Unidos
ou da própria China, onde surgiu o vírus. Não queremos passar mais por aquele
movimento de fechamento que tivemos aqui naquele momento inicial.”
Segundo o chefe do Executivo
local, as decisões mais rígidas tomadas no início da pandemia se deram “por
incompetência do Estado”. “O Distrito Federal não tinha capacidade de atender a
população, caso o número se elevasse. Hoje, caso venha uma segunda onda, nós
temos toda a capacidade de atendimento”, garantiu.
Bolsonaro: Ainda durante o discurso aos empresários, Ibaneis
comentou sobre as consequências da crise econômica provocada pela pandemia.
Nesse momento, ele fez questão de elogiar o presidente Jair Bolsonaro (sem
partido). Para o governador, a situação só não foi mais grave devido à atuação
do presidente. “A culpa da pandemia não foi dele, como dizem. Pelo
contrário, foi graças ao presidente que a situação não ficou pior. Graças ao
auxílio emergencial, que ele assinou e evitou que milhares de pessoas passassem
fome”, defendeu.
Fortalecimento: Fundado no Brasil em 2003, o
Lide é uma organização que reúne executivos dos mais variados setores de
atuação em busca de fortalecer a livre iniciativa do desenvolvimento econômico
e social. Presente em diversos países com 23 frentes de atuação, o grupo conta
com 33 unidades regionais e internacionais, sendo Brasília uma delas. O
propósito é potencializar a atuação do empresariado em ações em prol da
sociedade.
Carnaval e réveillon
cancelados: O Decreto
nº 41.482, assinado pelo governador e publicado no Diário Oficial do DF (DODF)
de ontem, cancelou, oficialmente, as festas do Réveillon 2020 e do Carnaval de
2021. Em outubro, o GDF, por meio da Secretaria de Cultura, dava sinais de que
não tinha o interesse em subsidiar as comemorações. Na época, o secretário de
Cultura, Bartolomeu Rodrigues, considerou que, devido à pandemia de covid-19, a
capital federal não teria condições sanitárias para realizar grandes eventos
públicos.
Por » Washington Luiz – Foto: Renato Alves-Agência/ Brasília- Correio
Braziliense