A força do nosso futuro
*Por Izalci Lucas
O que temos hoje nas áreas da educação, no desenvolvimento científico, tecnológico e na indústria de transformação confirma, mesmo, a nossa condição de país de terceiro mundo.
O
reconhecimento internacional de país mais rico da América Latina não pode ser
comemorado, quando nos situamos proporcionalmente aquém de alguns vizinhos
também considerados como países em processo de desenvolvimento.
Se nos
compararmos ao Chile, por exemplo, nos campos do desenvolvimento e geração de
riquezas e que só não nos alcança em função do seu exíguo território,
verificamos que é lá que se pratica a melhor educação da América do Sul,
enquanto nós amargamos a classificação de pior sistema do Continente.
A situação é
lamentável, mas deve nos motivar a trabalhar ainda mais, para uma melhor
qualificação do nosso sistema educacional. Demonstração disso foi a vitória
recente que obtivemos no Senado, não só para a educação, mas também para a
ciência, tecnologia, pesquisa e inovação do país, com a aprovação do projeto de
lei 172/2020 que permite o uso de recursos do Fundo de Universalização dos
Serviços de Telecomunicações para a implantação de internet de banda larga nas
escolas, e a melhoria da infra-estrutura de telecomunicações nas zonas rurais,
fato que também contemplará as escolas localizadas naquelas áreas, cujas
carências pedagógicas são ainda maiores.
Esse projeto
do Fust nos motiva ao trabalho que temos pela frente em favor da nossa educação
de base e do ensino técnico com qualidade para todos, ambos fundamentais para a
formação profissional e da cidadania.
Do ponto de
vista econômico, é chegado o momento de entendermos que a indústria tecnológica
é hoje propulsora da indústria da transformação, ambas de alto potencial na
geração de emprego e renda. Por esta razão, faz-se urgente a adoção de
políticas públicas de fomento para as áreas de ciência e de tecnologia que
incentivem a criação de polos tecnológicos regionais, como este que lançamos 10
anos atrás aqui no DF, à frente da Secretaria de Ciência e Tecnologia, que, infelizmente,
até hoje, não evoluiu e poderia ter colocado a nossa capital como referência
nacional do setor.
Por estas
razões, já é tempo de pensarmos, por exemplo, que as exportações de matéria
prima em larga escala — importantíssimas na sustentação da nossa base econômica
— não podem tirar o foco da necessidade de ações políticas que incentivem o
desenvolvimento industrial, para que possamos ser mais estratégicos no mercado
externo. É chegada a hora de deixarmos de ser apenas um país que produz e exporta
minérios, madeiras, leguminosas, frutas e carnes, mas um país que venderá
produtos e alimentos para o consumo final.
Para isso, a
indústria da transformação, impulsionada e incentivada por políticas públicas
competentes terá o condão de transformar a nossa realidade sócio econômica,
valorizando algumas das nossas “commodities”— não todas, obviamente — que
seriam transformadas em produtos com maior valor agregado.
Contudo,
devemos ter sempre presente que as condições que deram origem ao desenvolvimento
dos grandes países tiveram origem na atenção dada por eles à educação. Exemplo
disto é o Canadá, país rico, admirado pelos índices de desenvolvimento humano e
que ostenta hoje alto grau de eficiência na área de TI e um dos maiores parques
industriais de tecnologia do mundo.
A educação,
além de responsável pelo desenvolvimento social e econômico, é a mola mestra da
cidadania, gerada pelo discernimento e pela inteligência. E, a preservação de
um Estado Democrático de Direito, alicerçada em um eficiente sistema
educacional, nos permitirá a concretização do sonho de promovermos o Brasil à
condição de país desenvolvido, rico de fato, politicamente forte e respeitado
no contexto das nações. A educação, sem sombra de dúvidas, é a força de nosso
futuro.
Izalci Lucas - Senador da República pelo PSDB/DF – Fotos/Ilustração: Blog-Google