Dois anos e meio após a eleição, o PSB deve perder todos os parlamentares que conquistou
em 2018, no DF. A senadora Leila Barros (PSB-DF) comunicou ao presidente do
PSB-DF, Rodrigo Dias, e ao ex-governador Rodrigo Rollemberg, principal
liderança local e uma das mais fortes da legenda nacionalmente, que está de
saída. Vai deixar o PSB e deve assinar ficha de filiação no Cidadania. O
motivo, como a coluna revelou na semana passada, é a guinada do partido à
esquerda, com uma aproximação com o ex-presidente Lula, especialmente com
o ingresso do deputado Marcelo Freixo (RJ) e do governador do Maranhão, Flávio
Dino, no PSB.
Outros lulistas devem seguir o mesmo caminho. Além de Leila no
Senado, o PSB elegeu dois distritais: José Gomes e Roosevelt Vilella. O
primeiro foi expulso e teve o mandato cassado na Justiça — embora permaneça no
cargo pendurado em uma liminar. O segundo é um super governista. Tem cargos no
governo Ibaneis e foi decisivo para impedir a abertura da CPI da Pandemia na
Câmara Legislativa.
Deve mudar em breve
de legenda. O PSB já teve problemas antes, com o deputado distrital Rogério
Ulyssses, condenado na Operação Caixa de Pandora. Outro nome que começou na
política pelo PSB, o ex-presidente da Câmara Legislativa Joe Valle trocou o
partido de Rollemberg pelo PDT antes da eleição de 2014.
Outro pretendente: Na conversa com dirigentes do PSB,
a senadora Leila Barros disse que gostaria de concorrer ao Buriti pelo
Cidadania.
Aposta alta do PSB: A ex-medalhista olímpica Leila
Barros foi eleita pelo próprio mérito. Mas sem dúvida contou o patrocínio do
PSB, que apostou alto em sua candidatura. Ela recebeu R$ 3 milhões, teto de
repasse partidário, mais do que Rodrigo Rollemberg, a estrela do PSB no DF, que
teve direito a R$ 2,8 milhões. Na posse como senadora, um primeiro gesto de
afastamento. O cerimonial da senadora comunicou a Rollemberg que não havia
credenciais para acompanhar a solenidade no plenário do Senado.
Manda quem pode: No Cidadania, Leila Barros não terá
vida fácil. A legenda, comandada por Roberto Freire, adota o princípio do
centralismo democrático. Ou seja, Freire decide.
Leila Barros, sem dúvida uma pessoa conectada com as causas mais sérias do Brasil. Perfeita para ser governadora do DF. E também, é claro, uma ótima piada.
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