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AEROPORTO DE BRASíLIA » Mais agilidade no embarque

Sistema começou a ser testado, ontem, com passageiros voluntários. Mais agilidade no embarque.Programa de reconhecimento facial está em fase de testes e pode se tornar definitivo no próximo ano. Sistema já foi testado em cinco terminais. Com a tecnologia, não será mais necessário portar cartão de embarque


O Aeroporto Internacional de Brasília inaugurou, ontem, o piloto do sistema de reconhecimento facial. O programa Embarque + Seguro, do governo federal, começou os testes com passageiros voluntários. Com a tecnologia, não será mais necessária a apresentação de documento de identificação e cartão de embarque para viajar. O programa poderá ser adotado definitivamente pelas companhias aéreas no início de 2022, assim que acabar a fase experimental. 

 

O Distrito Federal é o primeiro ente federativo da região Centro-Oeste a usar a plataforma. O projeto é do Ministério da Infraestrutura (MInfra) e desenvolvido pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), em parceria com a Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, do Ministério da Economia. O sistema já foi testado em cinco aeroportos: Florianópolis, Salvador, Santos Dumont (RJ), Belo Horizonte (Confins) e Congonhas (SP). A próxima cidade a receber é Ribeirão Preto (SP).

 

Para a analista de sistemas Andreas Jesus de Lima, 33 anos, o projeto é eficiente para evitar aglomerações. Ela foi uma das primeiras a testar a plataforma no Aeroporto de Brasília. “Em um momento de pandemia, o sistema pode garantir distanciamento. É muito importante a longo prazo também, muito mais ágil. Não é preciso ficar em filas aguardando”, avalia. 

 

O administrador Huck Pacheco, 30 anos, viaja com frequência de Brasília para São Paulo. Ele acredita que a iniciativa vai agilizar a rotina dos passageiros e colaboradores dos aeroportos. “Além de dar segurança para as companhias, dá segurança para nós, passageiros. E é um projeto ambientalista. Vai deixar de imprimir papel, que é o cartão de embarque”, ressalta. 

 

Durante a inauguração, o presidente do Serpro, Gileno Barreto, explicou como o sistema funciona. “Consiste numa plataforma onde as pessoas podem se cadastrar para fazer suas viagens sem a necessidade de passar pelo balcão de check-in”, diz. “A partir do momento em que a pessoa vai ao balcão, se cadastra e aceita ou quer fazer parte deste programa, que está ainda em piloto, o passageiro pode fazer o cadastramento. Os dados são conferidos nas bases governamentais de dados, e a pessoa pode acessar a sala de embarque sem qualquer interferência humana”, explica. 

 

Para a implementação da tecnologia, foram feitos 2.641 testes com passageiros voluntários em 157 voos da Latam, Gol e Azul. Segundo os técnicos do Serpro, a precisão da plataforma é de 99%. 

 

Proteção de dados: O governo federal afirmou que o programa atende a todos os preceitos da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). As informações utilizadas para o embarque com reconhecimento facial não devem ser compartilhadas com terceiros, e o passageiro tem que assinar um termo de consentimento para o uso. 

 

O advogado Fabricio da Mota Alves, conselheiro nacional de Proteção de Dados da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), ressalta que a plataforma exige mais cuidado do governo e das empresas. “O sistema implica processamento de dados biométricos que, por lei, são classificados como dados sensíveis”, explica. 

 

Caso as empresas não atendam a essas determinações, elas podem responder perante a ANPD. “Com multas e outras medidas punitivas, como a proibição do sistema. Podem ser processadas judicialmente pelo Ministério Público, entidades de defesa do consumidor e pelo próprio cidadão, vindo a serem condenadas a indenizações substanciais”, aponta. 

 

A LGPD entrou em vigor em 1º de agosto deste ano e se aplica tanto ao setor público quanto à iniciativa privada. “O próprio poder público e a administradora do Aeroporto de Brasília têm o dever de cumprir as regras de proteção de dados e podem ser punidos e processados em caso de não as respeitar”, destaca Mota.



Luana Patriolino – Foto: Ed Alves/CB/D.A.Press – Correio Braziliense



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