O sonho de todo atleta brasileiro é escutar o Hino
Nacional no topo do pódio de uma edição dos Jogos Olímpicos. Contudo, a música está
muito mais presente na vida dos esportistas do que apenas quando alcançam a
medalha. Durante boa parte das Olimpíadas, a música esteve ali não só para os
atletas, mas para os espectadores em todo o mundo, e o Brasil foi um dos
protagonistas no quesito musical.
O envolvimento da música com o evento iniciou antes
mesmo das competições. Douglas Souza, ponteiro da seleção masculina brasileira
de vôlei, se tornou um sucesso na internet. Dentre diversos momentos
descontraídos de Douglas, que viralizaram nas redes sociais nas últimas
semanas, um vídeo se destacou: filmagens do atleta dançando ao som de Zap zum,
regravação de Pabllo Vittar, originalmente cantada pela Companhia do Calypso. O
momento foi suficiente para os internautas consagrarem a faixa como o “hino oficial
das Olimpíadas”.
E a canção não passa em branco nem durante os
jogos. Graças ao DJ Stari, responsável por animar as partidas de vôlei do
evento, Zap zum era a trilha sonora dos momentos em que Douglas Souza entrava
em quadra. Empolgado com a cultura do Brasil, o músico austríaco mostra um
diverso conhecimento da música brasileira ao tocar Vou desafiar você, de Mc
Sapão, quando alguma seleção pede desafio de decisão da arbitragem.
Ainda na internet, os virais também se estenderam
para as pistas de skate. Com a estreia das modalidades skate street e skate
park nas Olimpíadas, o público brasileiro relembrou as marcas deixadas pelo
grupo Charlie Brown Jr. e a influência que o líder Chorão teve na cultura do
skate nacional. Até mesmo dois dos medalhistas das modalidades, Rayssa Leal e
Pedro Barros, homenagearam a banda. No dia da competição de Rayssa, a atleta
publicou nas redes sociais uma legenda citando Dias de luta, dias de glória, um
dos maiores sucessos do Charlie Brown. Já o primeiro vídeo de Barros andando
pelas pistas da Vila Olímpica ficou marcado pela trilha sonora de Tamo aí na
atividade, música lançada pela banda em 2004.
A quebrada foi representada na música, e com muito
destaque. Rebeca Andrade levou a canção Baile de favela, de MC João, para
terras japonesas. O som deu o ritmo das apresentações de solo da atleta, que
renderam a prata no individual geral e um quinto lugar no solo. Rebeca ainda
conquistou o ouro no salto e levou a periferia para o topo do pódio. Quem
também gosta de balanço é Bia Ferreira. A boxeadora está na final do peso-leve
feminino e curte muito Favela chegou, de Ludmilla e Anitta.
O futebol veio embalado ao som de duas músicas.
Brasil chegou, de Gabi Fernandes e Charles Gavin para o time feminino, e
Muleque de seleção, também de Gabi Fernandes, dessa vez com Xande de Pilares,
para o esquadrão masculino. Ambas as canções foram lançadas exclusivamente para
as Olimpíadas em uma parceria dos músicos com a CBF. No entanto, outra canção
marcou a passagem de pelo menos uma das duas seleções, um vídeo de Marta
cantando Não deixe o samba morrer, após a eliminação do Brasil nas quartas de
final contra o Canadá.