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União pela vacina

União pela vacina

 

Pouco mais de sete meses do início da vacinação contra a covid-19 no Brasil, com pouco mais de 25% da população imunizada com as duas doses e a campanha avançando para a faixa etária até 18 anos, o Ministério da Saúde estuda agora um reforço da vacina em meio à disseminação de casos da variante delta no país.

 

Na última semana, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que a terceira dose contra o coronavírus deve começar pelos grupos prioritários, sendo os primeiros da fila profissionais de saúde e os idosos, que são mais vulneráveis e, portanto, apresentam maior risco de internação e morte pela doença.

 

O número de mortos e internados pela covid-19 voltou a crescer na cidade do Rio de Janeiro entre as pessoas com mais de 60 anos. Além do relaxamento das medidas restritivas, pesquisadores da Fiocruz apontam o avanço da variante Delta, que é mais transmissível, e a perda gradativa da proteção da vacina como os responsáveis pelo aumento da contaminação entre idosos.

 

Diante da redução do efeito protetor do imunizante contra covid-19 ao longo dos meses, a discussão sobre uma terceira dose ganha espaço. Especialistas defendem a necessidade dessa proteção extra, a exemplo do que ocorre com outras vacinas como a da gripe, ou do tétano, que têm prazo de validade e precisam de reforço. O Ministério da Saúde estuda a intercambialidade de vacinas para pessoas que receberam as duas doses da CoronaVac há pelo menos seis meses.

 

No início da semana, a secretária extraordinária de enfrentamento à covid-19, Rosana Leite de Melo, afirmou que a pasta já quantifica quantas pessoas devem receber uma terceira dose da vacina. Segundo ela, é possível realizar o reforço de imunização ainda este ano.

 

Vários países já aprovaram a terceira dose contra o novo coronavírus, entre eles Israel, República Dominicana e Rússia. Nos Estados Unidos, a Pfizer informou que vai solicitar a aprovação de uma dose de reforço ainda este mês, para garantir maior proteção contra a variante delta.

 

A necessidade ou não de um reforço no esquema vacinal neste momento tem gerado fortes debates. A Organização Mundial da Saúde (OMS) questiona defesa dessa proteção adicional feita por especialistas da área de saúde, diante da oferta insuficiente de vacinas para todos os países, especialmente os mais pobres. Atualmente, menos da metade da população mundial está totalmente vacinada.

 

Depois que Israel e Alemanha anunciaram reforço vacinal aos idosos, medida que deve ser seguida pelo Reino Unido a partir de setembro, a OMS fez um apelo para que os países suspendessem a terceira dose enquanto persistir a escassez de fornecimento de imunizantes e populações mais vulneráveis do mundo continuam desprotegidas.

 

Como resolver esta equação? Por um lado, a cobertura vacinal com o passar do tempo vai reduzindo, novas variantes estão surgindo e podem jogar por terra todo o esforço de imunização feito até aqui. Ou seja, as taxas de transmissão e morte voltam a aumentar com a proteção reduzida. Por outro lado, muitos países não conseguiram avançar na cobertura de sua população, e o efeito catastrófico é imenso com repercussão mundial.

 

É necessário que haja um esforço conjunto entre os países, principalmente os que já estão com grande parte da população já vacinada, justamente os que têm mais recursos econômicos, para que invistam fortemente na produção e repasse do imunizante aos países que enfrentam dificuldades, mas sem deixar de lado o reforço com a terceira dose para as camadas prioritárias da população. De forma que, assim, todos possam avançar juntos. Esta é uma guerra que precisa da união de todos para ser vencida.



Visão do Correio Braziliense – Foto/Ilustração: Blog-Google



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