Com o avanço da vacinação contra a covid-19, o
total de mortes no Distrito Federal caiu nos dois últimos meses. A análise leva
em conta os registros de óbitos por covid-19 e por outras causas, divulgados no
Portal de Transparência do Registro Civil. Em outubro, houve uma queda de
11,05% no número de mortes gerais na capital federal quando comparado com o mês
anterior. Em relação aos óbitos por covid-19, a redução foi de 7,71%. Apesar da
boa notícia, entre janeiro e 1º de novembro deste ano houve um aumento de 45,1%
no registro de mortes na capital, quando comparado a 2019, quando não
havia a pandemia do novo coronavírus. Em números absolutos, foram 18.398
certidões emitidas em 2020, contra 12.672 em 2019. Com relação aos anos de
pandemia, 2021 registrou 5.792 mortes pela doença, contra 3.505 no ano passado.
Além das mortes, o Laboratório Central de
Saúde Pública do DF (Lacen-DF) registrou queda na proporção de resultados
positivos nos exames para detectar a covid-19. Nos 28 primeiros dias de
outubro, das 19.868 amostras coletadas, 77% foram negativas. Em setembro, o
índice ficou em 68%. Para especialistas, a redução dos índices da pandemia tem
ligação direta com a vacinação. A professora de imunologia da Universidade de
Brasília (UnB) Andrea Maranhão explica que os imunizantes em aplicação
conseguiram frear o avanço de variantes, o que contribuiu, inclusive, para a
queda de mortes e casos da doença. "É um comportamento que vemos no mundo
todo. Não temos muita certeza do futuro porque tudo depende do comportamento do
vírus e da população, mas a expectativa é de que, daqui a uns seis meses, a
gente veja uma redução significativa de mortes e casos", diz.
Apesar do otimismo, a professora alerta para a
necessidade de continuar com os cuidados. "Enquanto a gente não tiver
certeza da redução da taxa de transmissão — que deve ficar entre 0,5 ou 0,6
para ser ideal — e não atingirmos a maior parte da população imunizada,
precisamos continuar com as medidas não-farmacológicas", afirma Andrea
Maranhão. Ela considera que o aumento do registro de mortes durante a pandemia
é "incrível" e não pode ser esquecido. "Devemos levar de
aprendizado. Com certeza, há uma subnotificação das mortes. Pessoas que
morreram pós-covid, mas por complicações da doença, por exemplo, podem não
entrar nos dados oficiais", complementa. Por isso, Andrea lembra da
importância da vacinação, inclusive da dose de reforço, conhecida como 3ª dose.
Até o momento, o DF
vacinou 73,79% da população total de 3 milhões com pelo menos uma dose. Com o
ciclo vacinal completo, há 54,79%. Ontem, foram aplicadas 389 primeiras doses
(D1), 1.652 segundas doses (D2) e 455 doses de reforço (D3). No total, desde o
início da campanha de imunização, 2,2 milhões pessoas receberam D1, 1,6 milhão
completou o ciclo vacinal e 125.418 receberam a dose de reforço. Hoje, o
atendimento continua em quatro pontos.