Neste Dia Mundial do Diabetes (14
de novembro), especialistas estão debruçados sobre dois temas que agravam a
situação desse mal silencioso que afeta mais de 530 milhões de pessoas adultas
no mundo todo, segundo dados da Federação Internacional de Diabetes (ou IDF —
International Diabetes Federation): o abandono do tratamento e a diminuição do
diagnóstico de diabetes em virtude da pandemia do coronavírus. Dados divulgados
pela Dasa Analytics — área de dados da maior rede de saúde integrada do País, a
Dasa — apontam que 64% dos diabéticos atendidos pela rede deixaram de monitorar
a doença no último ano, o que equivale a 330 mil pessoas em todo o país. Na
região Centro-Oeste, o número ultrapassa 95 mil.
Segundo o Atlas da IDF, 2019, o
diabetes foi responsável por quase 7 milhões de mortes em 2021 — ou uma a cada
cinco segundos. Além disso, 50% das pessoas com diabetes ainda não foram
diagnosticadas. Isso pode significar mais de 260 milhões de pessoas no mundo.
Receber um diagnóstico de diabetes não é fácil, mas, com um bom acompanhamento
médico, exames regulares e a adoção de hábitos saudáveis, é possível ter
qualidade de vida.
Um dos riscos da falta de
diagnóstico é a evolução da doença sem o devido monitoramento, com aumento
considerável de consequências indesejadas, como doenças cardiovasculares,
cegueira, doenças renais crônicas e até mesmo necessidade de amputações. O
diabetes está entre as 10 principais causas de morte, com quase metade
ocorrendo em pessoas com menos de 60 anos.
Apenas no Distrito Federal, 16 mil
diabéticos e 36,1 mil pré-diabéticos atendidos pelo Hospital Brasília deixaram
de realizar o acompanhamento de rotina. O paciente com diabetes descontrolada
corre sérios riscos de saúde. Os sinais de descompensação aguda do diabetes são
emagrecimento repentino, excesso de urina, de sede e de fome. O paciente que
apresentar esses sintomas deve procurar um médico imediatamente.
Doença crônica na qual o corpo não
produz insulina ou não consegue empregar adequadamente a insulina que produz, o
diabetes pode ser de tipo 1 ou 2 e ainda também pode atingir mulheres grávidas,
o chamado diabetes gestacional. Especialistas alertam ainda o “pré-diabetes”,
quando há um estado de risco aumentado para o aparecimento de diabetes mellitus
tipo 2. São consideradas de risco aquelas pessoas que apresentam níveis
elevados de glicose (açúcar no sangue), obesidade e forte história étnica ou
familiar de diabetes.
Seja qual for o tipo de diabetes,
tipo 1 ou 2, é preciso estar atento às consultas de rotina e ao cuidado adequado
com a doença. Afinal, não existe um tipo de diabetes pior que o outro. Cada um
tem suas necessidades para não evoluir para complicações graves. No caso do
diabetes tipo 1, que pode se manifestar por conta da deficiência na produção de
insulina pelo corpo, a falta do manejo da insulina pelo paciente pode acarretar
a agudização da doença, fazendo com que seja necessário encaminhá-lo para a
UTI. Já no caso do diabetes tipo 2, se não tratada devidamente, a doença
pode evoluir para complicações graves a qualquer momento.
Outra preocupação com a doença nos
últimos anos é o aumento da incidência em pessoas na faixa etária entre 35 e 40
anos que não possuem um estilo de vida saudável. Geralmente estão acima do
peso, têm alimentação desregulada e não praticam atividades físicas. O diabetes
é uma doença complexa e multifatorial, que não vem de uma única causa. Está
diretamente envolvida com o meio ambiente do paciente e com seu nível de
estresse. Apesar do fator genético, que influencia no diagnóstico, a obesidade
e hábitos não saudáveis têm favorecido o aparecimento da doença principalmente
em crianças e jovens. Tudo isso foi agravado nos últimos quase 20 meses de
pandemia, quando estivemos mais em casa, deixamos de praticar exercícios e
esquecemos de cuidar da alimentação.
A boa notícia é que uma mudança do estilo de vida, com implementação de alimentação saudável, boa higiene do sono, prática regular de atividades físicas e de atitudes que diminuam o estresse auxiliam diretamente no controle e na prevenção da doença. Que tal começar agora?