Era uma das boas
ideias surgidas em relação à ocupação urbana da capital. Falo da tentativa de
tornar a W3 em um espaço livre dos carros aos domingos. Durante um ano e meio,
tornou-se uma área exclusiva para pedestres e ciclistas. Mas, infelizmente, não
deu certo. E, a partir do próximo fim de semana, o tráfego de veículos
voltará a ser liberado.
O principal motivo
certamente foi o econômico. Há tempos empresários vinham pressionando pelo fim
da "W3 do Lazer". Dados do Sindivarejista indicam que os comerciantes
das quadras 100, 200 e 300 registraram uma queda de 30% no faturamento aos
domingos. Todos entendemos a importância dos supermercados, restaurantes,
bares, lanchonetes e farmácias no nosso dia a dia, mas é preciso saber
equilibrar demandas financeiras com a qualidade de vida da população.
Confesso que via na
"W3 do Lazer" uma oportunidade de revitalização da avenida comercial
mais conhecida da capital federal. Apesar das obras em andamento, que estão
dando uma cara nova à região, é triste para o brasiliense ver uma área tão
importante para a cidade com tantas placas de "aluga-se e vende-se"
por todos os lados. Não é só efeito da crise econômica, mas, sim, reflexo da
decadência que a avenida passou a registrar ano após ano. E algo precisa ser
feito para salvá-la. Nem que seja um pacote de benefícios fiscais para quem
abrir uma empresa no local.
Ao mesmo tempo que a
W3 volta a ser exclusiva de carros e ônibus, está permitida a realização de
eventos no Eixão do Lazer. Desde o início da pandemia, eram formalmente
proibidos. Existia uma ou outra aglomeração em torno de rodas de samba, jazz ou
choro, mas bem menor do que a registrada em bares famosos da capital. Todos
sabemos que a covid-19 ainda é uma ameaça, com os efeitos e riscos da ômicron
ainda desconhecidos, mas o avanço da vacinação nos leva a crer que estamos
perto da volta à normalidade.
Temos que seguir
mantendo todos os cuidados necessários. Se os índices sanitários permitem
eventos, precisamos acreditar nas autoridades. Da mesma forma que, caso sejam
necessárias novas medidas restritivas, temos a obrigação de segui-las. Vida em
sociedade é assim. Há regras que precisam ser seguidas.