O Movimento
Internacional de Dança (MID) vai ganhar as redes da Secretaria de Cultura e
Economia Criativa (Secec) a partir das 11h deste sábado (8) para mostrar um
produto inédito da edição do ano passado do evento. Trata-se do “Dança,
Brasília, Dança – Cápsulas da Memória”, uma série de quatro vídeos trazendo
trabalhos e entrevistas com 15 coreógrafos e coreógrafas que se destacaram no
Palco Aberto, em 2021, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).
O evento on-line
acontece no momento em que o MID garante sua sétima edição, programada para
agosto e setembro deste ano, ao ter proposta da Organização da Sociedade Civil
Instituto Bem Cultural selecionada no edital Multicultural I do Fundo de Apoio
à Cultura (FAC), no valor de R$ 399.940, com estimativa de geração de 70
empregos temporários diretos e 180 indiretos.
Bacelar, que trocou um diploma do curso de direito
na Universidade de Brasília (UnB) para criar o MID – e também o Festival de
Teatro Brasileiro –, explica que essa nova ação do Movimento joga luzes sobre
jovens artistas que “estão galgando o reconhecimento da sociedade, já sendo
referência em seus segmentos no universo da dança”.
Ressalta que os programas que serão veiculados nas
redes da Secec também reafirmam o compromisso do MID de dar visibilidade para a
diversidade da cena da dança na capital federal, abarcando os estilos clássico
e contemporâneo, o tango e diversas modalidades da dança de rua, com suas
diferentes linguagens.
O Palco Aberto, Coreografias e Espetáculos de curta
duração, reuniu no ano passado uma mistura de criações de artistas convidados
do DF, “mostrando tendências e projetando ou consolidando bailarinos e
coreógrafos”, anotou apresentação da iniciativa ao público. Foram quatro dias
de apresentações. Dezenove companhias apresentaram 21 coreografias de
diferentes estilos na área externa do CCBB.
Com patrocínio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) e
Banco do Brasil, o MID 2021 durou 36 dias, entre setembro e outubro. De forma
virtual, no streaming, foram 24 apresentações, com 43 espetáculos presenciais e
duas batalhas “free style”. O evento com o aporte da Secec atingiu 4.150
pessoas presencialmente, com realização de testes para Covid-19 (cerca de 500),
e foi visualizado na rede por um total estimado de 40 mil espectadores e
espectadoras.
Artistas múltiplos: Márcia
Regina - Rômulo Santos - Lehandro Mota - Raio
de Sol~~~
A artista
transgênero “Raio de Sol” é um dos destaques do material que foi produzido
durante o festival. “Trata-se de uma grande referência no estilo ‘vogue’”,
apresenta Bacelar, citando um estilo de dança que se caracteriza por posições
típicas de modelos com movimentos corporais inspirados em desfiles por linhas e
poses.
Raio de Sol coreografa e dança uma versão da
célebre “O Fantasma da Ópera”, uma das peças dançantes mais longevas da
Broadway, em Nova York, que conta a história de um personagem sinistro que vive
nos porões de um teatro. Ela usa como base em sua performance seus trabalhos o
street jazz, vogue e waacking (de inspiração nas discotecas dos anos 70 com
releitura da comunidade LGBTQIA+).
O criador do MID também comenta o trabalho de
Lehandro Lira, natural de Planaltina. “Ele é um jovem expoente de grande potencial
criativo”. Lehandro participou tanto do Palco Aberto como lançou e o espetáculo
“Na pegada popular, no coração do Brasil”, segunda obra da Transições Companhia
de Dança e Artes.
“O apoio do MID para companhias novas e jovens
dançarinos e coreógrafos de Brasília abre portas. Só tenho a agradecer”, diz
Lira, que se apresenta como bailarino, interprete criador, diretor, coreógrafo,
pedagogo e produtor. Ele foi diretor de encenação do Grupo Via Sacra ao Vivo de
Planaltina, do qual é membro. É formado no curso em Licenciatura em Dança no
Instituto Federal de Brasília (IFB).
Outro jovem artista destacado nas “cápsulas” do MID
é Rômulo Santos, cujo currículo o descreve como interprete, diretor e
pesquisador de dança, tendo iniciado sua carreira em 2006 no DF. Rômulo explica
que aprofundou sua pesquisa nas danças urbanas. Sua trajetória registra
participação em batalhas de dança e espetáculos, inclusive na Europa.
No Palco do MID, no ano passado, Rômulo dançou uma
impressionante coreografia baseada em queda e recuperação. “Apesar de jovem,
tem uma experiência larga, bacana. Ele foi um dos jurados da batalha ‘free
style’, que foi um grande sucesso naquela edição”, destaca Bacelar. Rômulo
inclusive fez mentorias de artistas que se apresentarem no evento.
Programação: Sempre as 11h no ~~~ Youtube da Secec ~~ Dia
8 de janeiro ~~ Palco Aberto: Corpus Entre Mundos – SEMUTSOC; Rafael Quintas –
Tudo é Pó (O Começo de Alguma Coisa); Transposto Coreográfico – Pesquisa
Continuada de Queda e Recuperação; FaBGirl/ BSBGIRLS – Matrizes; Flyer Cia de
Dança – Cinesia e Transições Companhia de Dança e Artes – Na Pegada Popular, No
Coração do Brasil (trecho curto)
Entrevistas - depoimentos: Valéria Assunção; Raio
de Sol; Victor Avelar e Carol Barreiro 15 de janeiro ~~ Palco Aberto:
Jalila Najla Cia de Dança do Ventre – A Alegria de Shaaby Street; Rodrigo Cruz
Cia de Dança – Desabrigo; Kaled Andrade – Ara Àyé – Corpo da Terra; Cia Fuerza
Tanguera – La Cumparsita e Backstage – O Fantasma da Ópera
~~ Entrevistas/depoimentos: Gustavo Letruta; Paula Abreu; Rômulo Santos e
Tati Araujo ~~ 22 de janeiro ~~ Palco Aberto: Deusas da Lua – Zambra
Goddesses; Corpus Entre Mundos – SEMUTSOC; Marcos Davi – Faniquitos Lânguidos;
Kaled Andrade – Ara Àyé – Corpo da Terra e Flyer Cia de Dança – Cinesia
~~ Entrevistas e depoimentos: Lehandro Lira, Poliana Araujo, Sandra Kelly
e Leandro Mota ~~ 29 de janeiro ~~Palco Aberto: Sista Máfia Crew – Meraki;
Fabiana Vintem – Existindo; Transições Companhia de Dança e Artes – Os Segredos
do Matulão; Rafael Quintas – Tudo é Pó (o começo de alguma coisa) e Backstage –
O Fantasma da Ópera ~~ Entrevistas/depoimentos: a dupla Paula Emerick e
Juliano Andrade; Rafael Nino; e Márcia Regina.