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Gama vira clube-empresa como o Cruzeiro

Gama vira clube-empresa como o Cruzeiro, comprado por Ronaldo, o Fenômeno

A Sociedade Esportiva Gama é o primeiro clube de futebol do Distrito Federal a obter o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). O documento foi emitido em 29 de dezembro. O time afirma ser o segundo no país a entrar para a Sociedade Anônima do Futebol (SAF).


De jogador a empresário: A implementação da Lei da SAF, em vigor desde agosto de 2021, ganhou noticiário internacional com a venda de 90% das ações do Cruzeiro para o ex-jogador e hoje empresário Ronaldo Nazário, o Fenômeno. A aquisição foi firmada em R$ 400 milhões mais as dívidas do clube.

Modelo internacional: “Este é um caminho sem volta, não apenas porque boa parte dos clubes está combalida financeiramente, mas também porque representa a chance de trazer modelos internacionais e bem-sucedidos de gestão do futebol. Aquele benchmarking que tem como foco a Europa pode estar vindo em peso para o Brasil”, avalia Diogo Montalvão, advogado tributarista da BLJ Direitos e Negócios.

O escritório, com sede em Brasília, atuou diretamente no processo de conversão do Gama-DF de clube social para empresa.

Série A: O advogado Igor Maia, que fez parte da equipe, explica que foi necessário um trabalho minucioso para que a reestruturação jurídica do Gama fosse bem-sucedida.  “O foco é dar segurança jurídica tanto aos dirigentes como, especialmente, aos investidores. O clube vai funcionar agora como uma empresa mesmo. E esperamos que esse novo modelo de gestão leve o Gama a alçar voos mais altos e possa voltar à série A”, disse Maia.

Movimentação: Praticamente nas mesmas condições, o Botafogo foi vendido ao fundo Eagle Holding, do empresário norte-americano John Textor. A expectativa é de que o América-MG e o Bahia sejam os próximos de uma extensa lista de clubes que pensam em aderir ou já realizam internamente os trâmites necessários para concluir a conversão em clubes-empresas.

Corte de despesas: Montalvão explica que, a partir da venda dos ativos e da entrada do investidor no clube, ocorre a otimização imediata dos custos, o que inclui uma mudança de filosofia que prevê o corte severo das despesas. É o caso do Cruzeiro, que está passando pela revisão de todos os contratos e do estabelecimento rigoroso de novos organogramas e tetos salariais.

“É uma prática bastante comum dos dirigentes brasileiros em geral de endividar bastante o clube para formar times competitivos, acumulando e empurrando as dívidas para as gestões futuras. Com o formato de clube-empresa, essa prática cai por terra, porque a finalidade é o lucro e os gargalos ficam mais evidenciados nos setores internos. O torcedor talvez não goste dessa reorganização, mas é um trabalho que precisa ser realizado para a própria sustentabilidade do negócio”, esclarece Diogo Montalvão.


Samanta Sallum –Coluna “Capital S/A” – Correio Braziliense


 


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