Jorge Vianna - (Deputado distrital Podemos)
“Tem gente que
tem uma dor de cabeça, problemas gastro-intestinal, sente calafrios,
febrícolas… A pessoa acha que está normal. Como estamos vivendo um momento de
pandemia temos que ficar em alerta e procurar uma unidade de saúde”
Você é um profissional da área de saúde. Falhou ao tirar a mascara na sessão da Câmara, estando com sintomas de covid-19? Não acho que foi uma falha grave. No púlpito, em todos os lugares do Brasil em geral as pessoas quando estão sozinhas falam sem a máscara, ainda mais que existe um profissional só para fazer a limpeza, a assepsia do ambiente, assim como as baias que já são individualizadas e com divisória de acrílico, para as pessoas estarem mais isoladas. A distância é segura. Você vê em todos os lugares as pessoas, quando estão sozinhas, em estúdios, falam sem a máscara, mesmo se tiver pessoas em volta.
Você estava com sintomas? Só para constar, eu não estava doente. Eu estava bem, fazendo as minhas agendas normalmente. Eu senti os calafrios na sessão na Câmara. Foi quando acendeu a luz. As pessoas estão dizendo que fui trabalhar doente, que não poderia ter ido, porque sou um profissional de saúde. Não é verdade. Quem me viu lá sabe.
Acha que muita gente tem esse comportamento quando está com sintomas leves? Com certeza, tem muita gente que, quando tem apenas um sintoma, acaba relaxando. Muitas vezes um sintoma sozinho não é nada. Tem gente que tem uma dor de cabeça, problemas gastro-intestinais, sente calafrios, febrícolas… A pessoa acha que está normal. Como estamos vivendo um momento de pandemia, temos que ficar em alerta e procurar uma unidade de saúde.
Está vacinado? Tomei as duas doses. Eu sinceramente não sei como peguei esse vírus. Passei dois anos andando nos hospitais nas alas covid, com pacientes, fazendo blitz e fiscalização e não peguei. Agora do nada peguei. De onde veio esse vírus?
Qual a sua opinião sobre o trabalho presencial neste momento da terceira onda? O trabalho presencial é imprescindível em algumas atividades, principalmente entre profissionais de saúde que estão na linha de frente e os da segurança. Agora essa pandemia trouxe uma nova modalidade de serviço, de forma remota e se mostrou muito eficiente, além de mais econômico. Acho que muitas atividades deveriam ser remotas, sim. Até na área de saúde, em alguns casos é possível, principalmente para aquelas pessoas do grupo de risco ou com comorbidades. Nesse caso (da terceira onda) o vírus não é tão letal, mas pessoas idosas e com comorbidades podem sentir um impacto bem maior. A gente costuma dizer que um dos maiores inimigos dos idosos são os sintomas da gripe. Então temos que tomar cuidado com eles principalmente.
E nas escolas? Acredito que as escolas devam permanecer abertas, com todos os cuidados com os professores e alunos, fazendo as testagens. Precisamos manter a calma. A gente vai ter que conviver com esse vírus. Embora seja de mais fácil contaminação, aparentemente é menos letal. E é importante dizer que se hoje estou assim, praticamente sem nenhum sintoma da covid, é porque tomei as vacinas.