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Comerciantes e moradores comemoram a reforma e as melhorias da W3 Sul

Um novo olhar para a W3 Sul. A grande avenida comercial passa por reformas e melhorias, e brasilienses e lojistas opinam sobre o futuro do espaço que já foi considerado um shopping a céu aberto nos primeiros anos da capital

A W3 é a maior e mais antiga avenida comercial de Brasília. Ela corta o Plano Piloto de Norte a Sul com lojas, bancos, mercados e espaços culturais. Uma marca registrada da capital federal, que, quando recém-inaugurada, era apelidada pelos moradores de “shopping a céu aberto”. No entanto, com o passar dos anos, o local foi sofrendo as avarias ocasionadas pelo tempo, os estabelecimentos foram fechando e todo o glamour se perdendo. Recentemente, parte da W3 Sul passou por reforma. As calçadas ficaram maiores, houve reestruturação de alguns pontos de estacionamento, as lâmpadas de iluminação pública foram trocadas por led. Frequentadores e lojistas contam que a nova infraestrutura tem facilitado o acesso de quem circula pela região.

“Antes da revitalização da W3 Sul, era muito difícil estacionar. A gente tinha que atravessar a rua correndo e, às vezes, estacionava muito longe das lojas. Além disso, muitas pessoas não conseguiam caminhar direito na Asa Sul, por conta dos buracos. Minha bisavó, por exemplo, não conseguia caminhar tranquilamente sem ter medo de tropeçar e cair”, relata a moradora da Asa Sul Débora Gentil. A jovem de 23 anos conta que curtiu o fechamento da avenida aos domingos para os carros. “As pessoas começaram a andar de bicicleta, a andar de patins, caminhar e aumentou o número de eventos na W3. E acho que a vida da cidade tá voltando aos poucos. E o voltar com tudo já meio arrumado dá uma vontade de sair mais”, finaliza.


Inaugurado praticamente junto com Brasília, o Restaurante Roma é um dos pontos emblemáticos da W3 Sul. Localizado na 511, o espaço que oferece almoço e jantar também foi um dos locais beneficiados com a reforma da avenida. “A calçada mais larga, mais acessível ficou ótima. A iluminação também. Durante a noite, era muito perigoso por aqui, tínhamos muitos casos de assaltos e isso diminuiu. No entanto, a quantidade de estacionamento ainda é pequena para o fluxo de pessoas que circulam pela W3”, aponta a proprietária do restaurante, Ãngela Karina Pitel.


De acordo com ela, o movimento na W3 tem aumentado aos poucos após a pandemia. “Mas a maioria das pessoas que circulam por aqui são moradores, temos uma característica mais bairrista. A W3, em si, não é muito turística, tirando alguns pontos emblemáticos. Muitos turistas chegam até nós depois de ficar sabendo da nossa história, por ser um restaurante da época da construção de Brasília. Mas dificilmente é porque buscou a W3 como rota de visitação”, aponta.


Maria Tereza Novaes, dona do Mercado do Café, na 509 Sul, também aponta a reforma das calçadas como positiva. “Nós vimos que houve uma melhoria em termos de revestimento de calçada, o que facilitou para o pedestre andar. Porém, a gente sentiu falta de alternativas para estimular a população a utilizar a calçada”, pontua. “Gosto da ideia da W3 ser um shopping a céu aberto, que as pessoas possam circular, fazer compras e tudo mais. Acho muito interessante, traz vida pra cidade. Melhora a qualidade de vida das pessoas, porque elas começam a caminhar mais, tem uma dinâmica de saúde também. Mas só a calçada em si não é fator de motivação pra isso. Acho que é um começo legal, mas é preciso de mais, talvez até a criação de uma ciclovia.

Corredor cultural: Para Frederico Flósculo Barreto, professor da faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB), a solução para reviver a W3 e atrair mais pessoas e turistas é transformar a avenida em um corredor cultural. “A verdadeira revitalização da W3 seria em trazer vida, e como se faz isso? Colocando âncoras de atrações culturais, algo que foi pensado há 20 anos em um dos projetos vencedores escolhido para a revitalização da W3 e que nunca foi para frente”, aponta o urbanista. “O que se tem feito são cuidados paliativos. É obrigação do governo reformar e melhorar a estrutura urbana com os impostos que pagamos. Mas o que vai dar vida é outra coisa”, indica.

Entre os pontos culturais da região, está o Espaço Renato Russo. Localizado na quadra modelo da Asa Sul, a 508, o local conta com galerias e espaços para oficina teatral e de dança, além de programação para as crianças. Uma novidade neste mês de fevereiro é a reabertura da gibiteca com gibis, mangás, revistas, quadrinhos e livros. A Fundação Athos Bulcão também está de casa nova — no bloco B da 510 Sul — com uma loja e ambiente para exposição do artista, que viu Brasília crescer e se inspirou na capital para fazer suas criações.

 

Projeto: Ao todo, foram investidos R$ 21,7 milhões para a revitalização da W3 Sul. A perspectiva do Governo do Distrito Federal (GDF) é de iniciar outro grande projeto, com melhorias na avenida das quadras 700 ainda neste primeiro semestre de 2022. O GDF ainda pretende estender a revitalização, também, para a W3 Norte. Desde 1960, quando foi criada, a avenida da W3 não tinha passado por uma reforma tão significativa.



Cibele Moreira - Marilene Almeida  - Fotos:  Carlos Vieira/CB/D.A Press) – Correio Braziliense


 

 

 

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