Chegamos a março, mês das mulheres. No próximo dia 8, celebra-se o Dia
Internacional da Mulher, instituído há 47 anos pela Organização das Nações
Unidas (ONU). Uma data especial significa que o tema lembrado ou o grupo
homenageado sofreu, ou enfrenta, algum tipo de discriminação, e se tornou uma
“causa” que mobiliza segmentos específicos da sociedade. Tanto é assim que
nunca se ouviu alguém cogitar o dia do homem branco. A realidade do universo
feminino mostra que há uma longa distância a ser percorrida para que sejam
atendidas as demandas de suas integrantes tanto no Brasil, quanto em grande
parte do planeta.
Mas ainda há muito de culto à supremacia masculina branca, decorrente do patriarcalismo, em que o homem se impõe como o chefe da família e exclui a mulher das decisões domésticas. Trata-se de tradição desajustada da realidade e dos avanços civilizatórios, mas reveladora da distorção de processos educacionais, que contaminam todos os setores da sociedade. Ela se reproduz no cotidiano por meio de atitudes incivilizadas contra o universo feminino, passando pela misoginia, pelo racismo, machismo e pela coisificação da mulher.
Faz um bom tempo que o macho cabeça do casal se
tornou um mito, com reduzida ressonância na realidade. As mulheres somam mais
51% da população brasileira e são elas que asseguram o sustento em mais de 45%
dos lares brasileiros. Há, portanto, quase uma paridade entre homens e mulheres
na manutenção da casa, uma responsabilidade dividida pelo casal na maioria
deles.
No mercado de trabalho, mesmo capacitadas, com
elevado grau de escolaridade, a equidade de gênero é inexistente. As mulheres
brancas têm, em média, remuneração 28% inferior à dos homens. Um homem branco
ganha 159% a mais do que uma mulher negra que exerce igual função. A régua que
mede essa diferença é a misoginia e o racismo.
A violência contra mulher perpassa todas as fases
da vida, da infância à velhice. Há homens que acham que fraquejaram por ser pai
de uma menina. A depreciação da mulher começa no berço, embora a vida humana
dependa do útero dela para se perenizar e para que ele se sinta orgulhoso e
desfrute da alegria de ser pai.
As compreensões que inferiorizam a mulher
fortalecem o machismo, gatilho para as agressões verbais, psicológicas, físicas
(estupros e espancamentos) que culminam com o feminicídio. No DF, entre 2015 e
2021, 132 mulheres, das quais 25 no ano passado, foram alvo desse crime
hediondo. No país, 666 foram mortas pelo ex ou atual companheiro no primeiro
semestre do ano passado. Um dia ou um mês voltado às mulheres é insuficiente. É
preciso educação permanente para dissolver essa cultura letal do machismo. Essa
bandeira feminina é um desafio para aqueles que são verdadeiramente homens.
Chegamos a março, mês das mulheres. No próximo dia 8, celebra-se o Dia Internacional da Mulher, instituído há 47 anos pela Organização das Nações Unidas (ONU). Uma data especial significa que o tema lembrado ou o grupo homenageado sofreu, ou enfrenta, algum tipo de discriminação, e se tornou uma “causa” que mobiliza segmentos específicos da sociedade. Tanto é assim que nunca se ouviu alguém cogitar o dia do homem branco. A realidade do universo feminino mostra que há uma longa distância a ser percorrida para que sejam atendidas as demandas de suas integrantes tanto no Brasil, quanto em grande parte do planeta.
A batalha pela equidade de gênero é pauta comum a todos os movimentos de mulheres. Essa luta se arrasta há quase dois séculos no país. A história revela que só em 1827 as meninas conquistaram o direito de frequentar as salas de aula, até então ambiente restrito aos meninos. A igualdade de direitos e deveres para homens e mulheres foi estabelecida pela primeira vez na Constituição de 1988 — 99 anos depois da Proclamação da República. No último dia 24, o voto feminino completou 90 anos — quase cinco décadas após o golpe militar que acabou com o Império no país.
Mas ainda há muito de culto à supremacia masculina
branca, decorrente do patriarcalismo, em que o homem se impõe como o chefe da
família e exclui a mulher das decisões domésticas. Trata-se de tradição
desajustada da realidade e dos avanços civilizatórios, mas reveladora da distorção
de processos educacionais, que contaminam todos os setores da sociedade. Ela se
reproduz no cotidiano por meio de atitudes incivilizadas contra o universo
feminino, passando pela misoginia, pelo racismo, machismo e pela coisificação
da mulher.
Faz um bom tempo que o macho cabeça do casal se
tornou um mito, com reduzida ressonância na realidade. As mulheres somam mais
51% da população brasileira e são elas que asseguram o sustento em mais de 45%
dos lares brasileiros. Há, portanto, quase uma paridade entre homens e mulheres
na manutenção da casa, uma responsabilidade dividida pelo casal na maioria
deles.
No mercado de trabalho, mesmo capacitadas, com
elevado grau de escolaridade, a equidade de gênero é inexistente. As mulheres
brancas têm, em média, remuneração 28% inferior à dos homens. Um homem branco
ganha 159% a mais do que uma mulher negra que exerce igual função. A régua que
mede essa diferença é a misoginia e o racismo.
A violência contra mulher perpassa todas as fases
da vida, da infância à velhice. Há homens que acham que fraquejaram por ser pai
de uma menina. A depreciação da mulher começa no berço, embora a vida humana
dependa do útero dela para se perenizar e para que ele se sinta orgulhoso e
desfrute da alegria de ser pai.
As compreensões que inferiorizam a mulher
fortalecem o machismo, gatilho para as agressões verbais, psicológicas, físicas
(estupros e espancamentos) que culminam com o feminicídio. No DF, entre 2015 e
2021, 132 mulheres, das quais 25 no ano passado, foram alvo desse crime
hediondo. No país, 666 foram mortas pelo ex ou atual companheiro no primeiro
semestre do ano passado. Um dia ou um mês voltado às mulheres é insuficiente. É
preciso educação permanente para dissolver essa cultura letal do machismo. Essa
bandeira feminina é um desafio para aqueles que são verdadeiramente homens.