O Distrito Federal já tem 826,6% mais casos de chikungunya em 2022 do
que no ano passado. O mais recente boletim epidemiológico das doenças
transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti, divulgado nesta sexta-feira
(1/4) pela Secretaria de Saúde (SES-DF), mostra que, desde o início do
ano, já foram registrados 139 casos na capital.
Foram notificados 233 casos suspeitos de febre chikungunya. Desses,
209 pessoas tiveram a doença confirmada. A cidade com mais casos no DF é
Planaltina, onde 11 pessoas foram diagnosticadas com a doença. Logo em seguida,
aparecem Samambaia e Taguatinga, com dez casos cada, Plano Piloto com nove e
Santa Maria com oito pessoas. Entre os casos prováveis, 70 foram registros de
residentes de outras unidades da Federação, sendo 69 de Goiás.
A chikungunya pode evoluir em três fases. A aguda dura de 5 a 14 dias e
os sintomas são febre, fadiga e dores no corpo. A fase pós-aguda pode durar até
três meses. Nela, as dores podem se intensificar e atingir as articulações das
mãos, pés, tornozelos e joelhos. O último estágio é o crônico, no qual
permanecem as dores nas juntas e corpo persistem por mais de três meses. Outros
sintomas que podem surgir são erupção avermelhada na pele, náuseas e vômitos,
calafrios e diarreia.
Ainda não há tratamento antiviral específico para a doença. A terapia
utilizada é analgesia e suporte. O Ministério da Saúde recomenda hidratação e
busca de avaliação médica para recomendação do melhor tratamento, de acordo com
a fase da doença.
"Uma das piores coisas que já peguei." É assim que Maria
Salete de Moura Duarte, 59 anos, moradora de Águas Claras, define os momentos
que passou quando teve chikungunya, em 2017. "Eu só ficava deitada, tinha
muita febre e tudo em mim doía. Era uma dor inexplicável. Além de dores no
corpo, febre, eu estava toda empolada, coçando e com a boca cortando por causa
dos remédios", conta. A comerciária lida com as sequelas até hoje.
"Eu tive artrite, com isso meus dedos ficaram tortos. Eu tive uma dor no
ombro e passei seis meses sem conseguir fazer nada porque doía demais",
relata.
Eliminar pontos de água parada, que são criadouros do mosquito Aedes
aegypti é a forma mais eficiente de combater a chikungunya e outras doenças
transmitidas por ele, como a dengue, a zika e a febre amarela. Segundo, o
subsecretário de Vigilância à Saúde, Divino Valero, é fundamental que as
pessoas eliminem os criadouros em suas casas, trabalho e na vizinhança. "O
uso do fumacê é reconhecido e descrito mundialmente como o método mais eficaz
para se fazer bloqueio em processo de transmissão", acrescenta