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"Barrigudas" encantam com flores cor de rosa espalhadas pela capital

Beleza cor de rosa Conhecidas pelo apelido de barrigudas, Paineiras se destacam na paisagem da capital

 

Para dar um charme a mais na rotina do brasiliense que sai para trabalhar todos os dias, a paineira surge, normalmente, a partir de abril, como um conforto de beleza para o cotidiano de jovens e adultos. Em Brasília, segundo a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Nocavap), cerca de 65 mil espécies da planta estão espalhadas por todas as regiões administrativas. A árvore, que é uma Caducifólia e perde suas folhas em certas estações do ano, inicia a floração no verão ou outono.

 

O plantio da paineira, de acordo com a Novacap, ocorre anualmente dentro do plano de arborização previsto pela Companhia. “O intuito é repor as árvores erradicadas preventivamente, assim como atender a demanda das novas Regiões Administrativas”, ressalta a pasta. A paineira pode ser encontrada em abundância no Setor Hoteleiro, Setor Hospitalar, Parque da Cidade, Setor Policial, EPIA Sul e Norte, Superquadras da Asa Sul e Norte, além dos eixos rodoviários Sul e Norte.

 

A Universidade de Brasília (UnB) é um dos locais privilegiados da cidade que abriga uma das unidades da espécie. Felipe Orcelli, 22 anos, estudante de química tecnológica na instituição, pratica capoeira no espaço arborizado e de ar fresco proporcionado pelo câmpus. Para ele, o cenário multicolor e a beleza da paineira criam um escape para fugir de uma rotina que, por vezes, é desgastante e prejudicial para a saúde mental daqueles que estão todos os dias estudando.

 

“Eu gosto de parar e ver esses pontos da natureza. Na faculdade, como é algo mais puxado, é importante para aliviar e apreciar a paisagem”, destaca. Segundo o morador da Asa Norte, toda vez que se depara com a cor de rosa da espécie não consegue deixar de fotografar a beleza dos detalhes.

 

Ex-aluno da UnB, Hiago Oliveira, 24, é engenheiro químico e dá um tom de saudade especial ao falar sobre os seis anos em que passou nos corredores e pontos do local. A nostalgia mora na liberdade e tranquilidade, além do ambiente de encanto de outras árvores e da famosa barriguda. A ausência aperta tanto que ele ainda frequenta o espaço da universidade, pois treina capoeira ao lado do amigo Felipe.

 

Na época em que ainda estudava, o local para o desestresse era sempre na árvore florida de rosa. Se juntava a outros amigos e procuravam conversar para esquecer da vida. “Ver uma paineira traz uma sensação libertadora, ainda mais em Brasília que só vemos prédios. É um momento de descontração do dia quando a vemos”, ressalta o morador do Park Way, que é firme em dizer o quanto essas áreas são importantes para agregar ao cotidiano.

Beleza incomum: A floração da paineira, segundo a engenheira agrônoma Carmen Regina, dura normalmente um mês e acontece somente uma vez ao ano. Chamada também de barriguda, a espécie que está florida agora é denominada cientificamente de Ceiba speciosa e é encontrada em abundância no Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste. “Toda planta que produz paina é chamada de paineira, que é um nome popular. Elas têm nomes científicos diferentes e são de ocorrência em ambientes diversos. Algumas pertencem à mesma família botânica, Malvaceae, que é a mesma do algodão”, ressalta.

 

A paina, mencionada anteriormente pela especialista, é liberada quando os frutos da árvore amadurecem. Ela tem uma fibra fina, mas com uma aparência que se assemelha ao algodão, e pode ser usada artesanalmente para enchimentos de almofadas e travesseiros. Esse fruto, que demora em média três meses para aparecer, não tem nenhum nome específico. Em contrapartida, a madeira da espécie, por outro lado, é muito utilizada, de acordo com Carmen.

 

“Ela é usada para caixotaria, tamanco e outras coisas. Agora, a principal função dela é ornamental, pelas suas características. No paisagismo, ela é muito importante. Os frutos são alimentos na fauna. Ecologicamente, ela é muito usada na recuperação de áreas degradadas”, diz a engenheira agrônoma. Em relação ao plantio, ela ressalta que o cultivo não pode ser realizado em qualquer solo. É preciso realizar algumas correções nas terras em que a paineira será plantada, além de estar atento às condições do local.

 

Exuberância: Turistas na capital federal, o casal de Belo Horizonte (MG) Hugo Pereira, 30, e Lainara Araújo, 30, não escondem o encantamento com as belezas do quadradinho. Para o empresário, olhar a paineira é ter um encontro com a natureza e a vida corrida na cidade grande. “É uma beleza exuberante, seria melhor se tivessem mais delas”, diz o empresário, com o olhar brilhante, revela a importância e necessidade de trabalhar para que mais árvores possam compor esse cenário de urbanismo.

A esposa reforça a fala de Pereira quando declara o bem-estar ambiental que sente sempre que fixa os olhos nas flores rosa da espécie. Na visão da publicitária, infelizmente, o centro do país ainda precisa de mais arborização, já que algo relacionado seria benéfico para os brasilienses. “Seria muito importante que tivesse o incentivo de mais plantios de árvores como essa para melhorar a qualidade, para se ter mais benefícios além da beleza”, comenta.

 

Frio na capital: Para ajudar na apreciação das paineiras, nos próximos dias o tempo deve continuar sem chuva e o frio deve chegar antes do inverno, previsto para começar em 21 de junho. O céu deve reunir algumas nuvens e a massa de ar frio que atinge o Brasil a partir deste domingo deve derrubar a temperatura mínima no Distrito Federal e em outras partes do país, o que provocará temperaturas geladas na região Sul. Na quarta-feira (25/5), a variação atmosférica tem previsão de alcançar o Centro-Oeste.

 

O tempo deve se manter assim até o fim da próxima estação, em 22 de setembro, quando tem início a primavera. “Lembrando que estamos sob influência do (fenômeno) La Niña, que altera a circulação dos ventos e continuará a ter efeitos neste outono”, informa a meteorologista Andrea Ramos. O fenômeno se caracteriza pela intensificação dos ventos alísios — correntes de ar secas com incidência em altitudes mais elevadas —, que resfriam as águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial.

 

Durante a semana, as temperaturas deverão ter mudanças significativas, com mínimas variando entre 8°C e 16°C nas primeiras horas da manhã. Em relação às máximas, no período da tarde, deverão variar entre 23°C e 28°C. Quanto à umidade do ar, a máxima pela manhã deve ficar entre 75% a 85% e, a mínima na parte vespertina, de 30% e 40%.



Eduardo Fernandes – Foto: Minervino Júnior/CB – Correio Braziliense


 

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