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Dom Bosco, co-padroeiro de Brasília é homenageado com missa e carreata

Domingo de homenagens a Dom Bosco. Devotos de todo o Brasil vieram celebrar a vida do santo que profetizou a construção da capital federal, ainda no século 19

Co-padroeiro de Brasília, Dom Bosco tem uma importância para a cidade que vai além dos aspectos espiritual e religioso. Muito antes de Juscelino Kubitschek travar uma batalha para erguer a nova capital federal, o sacerdote italiano profetizou a existência de uma “terra prometida”. À beira de um lago, entre os paralelos 15 e 16, coordenadas que dão justamente em Brasília, nasceria a cidade em que “jorrará leite e mel. Será uma riqueza inconcebível”. A premonição veio em forma de sonho, exatamente em 28 de agosto, há 138 anos.


Com a presença de fiéis de todo o Brasil, aconteceu ontem o encerramento das festividades em homenagem aos 75 anos de fundação da Inspetoria São João Bosco e aos 159 anos da criação das Irmãs Filhas de Maria Auxiliadora. Uma carreata saiu do Santuário Dom Bosco, na 702 Sul, levando a urna com a relíquia do santo, e seguiu até a Ermida Dom Bosco, no Lago Sul.


O objeto usado na celebração é uma réplica da que fica em Turim, na Itália, onde estão os restos mortais do santo. A peça, presente do Reitor-mor da Congregação Salesiana Padre Ángel Fernandez Artime à Brasília, contém uma estátua de Dom Bosco em tamanho real e um pedaço de osso do braço direito do santo, que ele usava para distribuir bençãos. 

De cima do palco do teatro de arena, emoldurado pelo azul do lago e pelo amarelo dos ipês, vários sacerdotes acompanhavam a celebração comandada pelo Arcebispo Emérito Militar do Brasil Dom Fernando Guimarães e co-presidida pelo Padre Ángel Fernandez Artime, que veio de Roma especialmente para a ocasião.

Um deles era o padre da Paróquia São João Bosco de Goiânia (GO), Wagner Gama, que destaca a forte contribuição dos salesianos no âmbito da educação em Brasília e a forte fé no santo entre os brasilienses. “Nós temos a Paróquia São João Bosco, uma das primeiras de Brasília. À época dos pioneiros, o padre acampou junto aos candangos. É uma paróquia que é misturada à história da cidade”, lembra o pároco.


Reitor do Santuário São João Bosco, Márcio Teodoro lembra que a festa, nessa data (na qual Bosco profetiza a capital), é celebrada exclusivamente em Brasília, já que em todo o mundo, a festa litúrgica de João Bosco é em 31 de janeiro.

“No santuário e na outra paróquia em que nós, salesianos, animamos, no Núcleo Bandeirante, percebemos uma devoção muito forte daqueles que nos visitam, a curiosidade em conhecer a urna que contém a relíquia do braço direito de Dom Bosco e vontade em conhecê-lo um pouco mais devido ao lado místico que nos apresenta em sonhos e visões”, conta o sacerdote.

A programação extensa e intensa, que começou em 19 de agosto, foi elaborada para celebrar a história do co-padroeiro, sempre lembrado por seu trabalho com jovens em situação de vulnerabilidade.

Fiéis: Na celebração da Santa Missa, devotos de diversas partes do país prestaram suas homenagens àquele que é chamado “santo da juventude”. Giordano Silva, 33, veio de Belo Horizonte para festejar o legado de Dom Bosco. “A educação, o estilo de vida que ele trouxe para a juventude ainda no século 19 é muito especial. Esse estilo muito próximo do jovem, de formá-los de forma completa, não só com educação, mas também com a religião, me encanta tanto que quero passar isso para outros jovens”, conta o coordenador da Pastoral Juvenil Salesiana.

Vindo do Espírito Santo, Hélio Guilherme Dias Silva, 40, lembra de quando estudou no Colégio Dom Bosco, em Brasília, e teve a oportunidade de produzir um documentário sobre a vida do santo. “É uma história de muita entrega às pessoas mais carentes, jovens, marginalizadas. O trabalho dele impactou muito a minha vida, porque hoje eu também atuo em obras sociais que ajudam os jovens mais carentes”, relata Hélio, surpreendido com a presença da relíquia no local.

Para saber mais - Educar com mansidão: Nascido na Itália, com o nome de João Belchior, e proclamado santo em 1934, Dom Bosco (1815-1888) foi fundador da Pia Sociedade São Francisco de Sales, assim como a Congregação Salesiana e o Instituto Filhas de Maria Auxiliadora, uma congregação religiosa de freiras dedicada ao cuidado e educação de meninas pobres. Sua vida é conhecida tanto pelos feitos no campo da educação, quanto pelo misticismo em volta de visões e sonhos que acredita-se serem premonitórios. No primeiro sonho, ainda na infância, ele se vê brigando com outros meninos e um homem — de acordo com os símbolos do sonho, Jesus Cristo — se aproxima e lhe diz para educar “não com pancadas, mas com mansidão e caridade”.


Naum Jiló – Fotos: Minervino Júnior – Correio Braziliense


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