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Projeto Bem Brasil promove história de gêneros musicais nas escolas

Projeto Bem Brasil promove história de gêneros musicais nas escolas. Pai, filho e avô à frente de projeto que leva a história dos ritmos brasileiros para estudantes do DF


O amor pela música brasileira partilhado com as futuras plateias do Distrito Federal. Com essa motivação, os instrumentistas José Américo, 87 anos, Fernando César, 52, e Bento Tibúrcio, 15, — pai, avô e filho — desenvolveram o projeto Bem Brasil, financiado pelo Fundo de Apoio à Cultura do DF (FAC), que apresenta em escolas públicas a riqueza e variedade de estilos musicais nacionais, além das técnicas e peculiaridades dos gêneros.

 

Esta semana, samba, baião, valsa e choro estarão entre os temas discutidos por alunos de Ceilândia, Gama, Lago Norte e Samambaia, que recebem a tríade para conversar e, principalmente, ouvir um pouco da história da música brasileira. 


O violonista Fernando César afirma que o projeto proporciona, de maneira contemporânea, uma outra forma de aprendizado da cultura brasileira. “Criamos uma cartilha com um QR Code para que eles possam acompanhar em tempo real as músicas que serão apresentadas. Com o dispositivo, também é possível conhecer a história do Bem Brasil”, explica.

 

Amor desde o berço: Uma experiência única e indescritível, é assim que o mais novo dos três artistas, Bento Tibúrcio, fala sobre a chance de estar com pessoas da mesma idade contando um pouco da sua trajetória com a música. “Aos quatro anos eu aprendi a tocar O Sol Nascerá no cavaquinho, música do Cartola. É uma memória que eu tenho”, conta. Estimulado pelo ambiente familiar artístico, era inevitável que a música fosse um caminho para o jovem. Multi-instrumentista, o Bento toca, além do cavaquinho, bandolim, baixo, violão e instrumentos de percussão.

 

Em relação ao projeto Bem Brasil, Tibúrcio acredita que é de suma importância difundir conceitos e a história de estilos musicais que não tenham tanta visibilidade entre os jovens, seja nas plataformas de streaming ou nas redes sociais do momento. O artista relata, inclusive, que muitos dos estudantes que estiveram nas audições buscaram mais informações a respeito das músicas.

 

Com o final das apresentações, Bento admite que pretende trilhar o caminho profissional como musicista. “Não tenho muitos sonhos, porque tenho medo de me decepcionar. Mas eu tenho apenas um, quero a música como profissão”, anseia.

 

Felicidade e expectativa: Promovendo o intercâmbio musical em escolas do DF desde 1996, Fernando César ressalta que o importante é deixar algo único para os jovens. A busca por inovação foi justamente o que o levou a trazer pai e filho para o novo projeto. “Recentemente comecei a pensar que os shows não eram suficientes. Queríamos deixar mais do que isso para as nossas crianças e adolescentes”, comenta.

 

Fernando avalia que o saldo do trabalho é positivo e o objetivo está sendo alcançado. Em uma das escolas visitadas esta semana, o artista se emocionou com o choro dos estudantes durante a apresentação. Grato pela oportunidade, o músico conta que o pai, a principal referência na música, está feliz com a participação. “Aos 87 anos, depois de um espetáculo instrumental, ele estava sendo tietado por adolescentes e jovens. Era impossível que ele não ficasse contente”, diverte-se.

 

A expectativa é que o Bem Brasil continue ao longo de 2023 e, quem sabe, como uma ação contínua na rede pública de ensino. “A intenção é sempre continuar. Vamos correr atrás de patrocínio, entrando em editais, tudo para que possamos fazer com uma constância boa e alcançar mais e mais pessoas”, deseja Fernando.


Eduardo Fernandes – Correio Braziliense




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