Já aceitou a vitória de Lula? Claro. Eu sou uma democrata. Assim como nós ganhamos aqui no primeiro turno,
quando foi promulgada a vitória do Lula eu aceitei, claro. Apesar de Brasília
ter dado 60% dos votos para o Bolsonaro, no Brasil teve resultado diferente.
Então, eu sou uma democrata e aceito.
Onde foi o erro de Bolsonaro para
perder por uma diferença de apenas dois milhões de votos? Acho que o erro foi na forma de se comunicar com seus eleitores, às vezes na
forma de transmitir um sentimento. Tenho uma sensação de que algumas coisas
foram revertidas e outras não.
Como vai ser a relação do
governador Ibaneis Rocha com o presidente Lula? O governador Ibaneis é um homem que sempre esteve aberto ao diálogo com todos
os partidos. Ele fez isso muito bem na Câmara Distrital com o PT. Acho que a
relação vai ser de respeito, como precisa existir entre a capital federal e o
governo federal.
E a sua, como vice-governadora? A minha relação como vice será a de sempre ajudar o governador Ibaneis nos
desafios locais. As pessoas têm expectativa no nosso governo. Ibaneis sabe da
minha capacidade de ajudá-lo e eu estarei ao seu dispor naquilo que ele
precisar.
Acredita que a base de Lula vai
apoiar um novo mandato de Arthur Lira como presidente da Câmara? Eu acredito que sim, até porque eles não têm base para construir um novo nome.
Nós fizemos a maioria do Parlamento, do Congresso. Acho muito difícil se oporem
ao nome do Arthur Lira.
Vai faltar dinheiro para que Lula
cumpra os compromissos de campanha no primeiro ano de mandato? Olha, geralmente os políticos prometem mais do que podem cumprir. Isso já está
bem claro no orçamento, que já estão fazendo algumas restrições. Acho que a
população que vai julgar isso no futuro.
E no DF? O orçamento comporta
todos os compromissos de Ibaneis? No DF, o governador Ibaneis se comprometeu dentro do que a gente tinha. Estamos
trabalhando muito para cumprir todos os nossos compromissos de campanha. Uma
das maiores expectativas da população é a gente melhorar a saúde e ampliar as
áreas de desenvolvimento social e áreas importantes também como a regularização
fundiária.
Qual balanço faz do seu mandato
como deputada federal? Eu acho que fiz o meu melhor. Estou saindo da Câmara Federal de cabeça erguida,
com quase 200 proposições de mulheres sob a minha coordenação, 80 leis
sancionadas também fruto do nosso trabalho. Saio da Câmara deixando um legado
para as mulheres, como a lei da violência política, a lei da laqueadura, lei do
emprega mais mulheres, a lei que dá licença maternidade igualitária para homens
e mulheres. Estou feliz. Saio com a sensação de dever cumprido. Fiz o que
considerei necessário e não me arrependo de absolutamente nada porque eu sempre
falo: lutei o bom combate e guardei a minha fé.