Equipe de transição
definida no DF. Ibaneis Rocha (MDB) escolheu nomes de confiança para trabalhar, a
partir da próxima semana, na elaboração do plano de governo para o próximo
mandato. Responsáveis devem colher contribuições com sociedade civil
O governador
reeleito do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), publicou, ontem, os nomes
que farão parte da Comissão de Transição de Governo. A equipe é composta por
cinco nomes de confiança do chefe do Buriti que farão o plano de gestão para os
próximos quatro anos do governo do emedebista e foi veiculada no Diário Oficial
do Distrito Federal (DODF).
Para a especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, Noemi Araújo,
a transição ao segundo mandato de Ibaneis será bem mais fácil. “Ele é o
primeiro governador reeleito em primeiro turno desde 1990 no DF. Assim, o
desgaste político é bem menor”, aponta.
A cientista política ressalta que algumas mudanças na equipe de governo são
consideradas naturais. “Isso tendo em vista as recentes movimentações que foram
feitas visando a campanha eleitoral”, salienta, destacando a recriação da
Secretaria de Planejamento, Orçamento e Administração, que tem Ney Ferraz como
gestor, o qual também foi escolhido como presidente da equipe de transição e de
elaboração do plano de gestão 2023-2026.
Além de Ney Ferraz Júnior, Ibaneis também selecionou Gustavo Rocha, secretário
da Casa Civil; José Humberto, secretário de Governo; Wellington Luiz Moraes,
secretário de Comunicação; e Rodrigo Frantz Becker, consultor jurídico do DF.
Atribuições: A equipe deve elaborar uma portaria designando
os temas de competência de cada integrante da transição. A mesma equipe vai
dialogar com setores da sociedade civil para colher contribuições e aprimorar
os programas do próximo governo. Algo que é reforçado pela cientista política.
O decreto de Ibaneis Rocha determina que a tarefa de inicie
na próxima semana e siga até 7 de dezembro. Os escolhidos estão comprometidos,
como é de praxe, a manter o sigilo a respeito das informações a que tiverem
acesso durante o processo. “A Comissão de Transição deverá continuar o trabalho
de modernização e promover mais eficiência à máquina pública, tendo sempre em
vista a população, o contribuinte e, sobremaneira, os mais vulneráveis”,
destaca o documento.
Relação com Lula: A futura relação
do GDF com o governo Lula deve estar contemplada no processo de transição, mas
com parcimônia. Em 2018 Ibaneis chegou a consultar o presidente eleito Jair
Bolsonaro (PL) para escolher o secretário de Segurança do DF, desta vez, a
sintonia deve ser mais operacional. “Pode haver um auxílio em questões de
logística, segurança e para debater os temas que tenham convergência, incluindo
o Fundo Constitucional do DF e eventuais ações ou políticas públicas que sejam
coordenadas entre governo federal e local”, observa Noemi Araújo.
Ela acredita que a postura de Ibaneis de se colocar à disposição para trabalhar
ao lado do presidente eleito Lula, deixando as diferenças de lado, é um passo
significativo e de extrema importância para que a transição seja feita de forma
equilibrada e eficiente.
Logo após o resultado do segundo turno presidencial, o governador reeleito do
DF parabenizou Lula e disse que o momento é de colocar as diferenças de lado.
“(Isso) porque os desafios são imensos e só a união de todos os eleitos pode
solucionar os muitos problemas que se apresentarão a partir de janeiro”,
considerou na ocasião. “Como governador reeleito, farei de tudo para que
tenhamos — e tenho certeza que teremos — uma convivência harmônica para que
possamos governar para todos”, acrescentou ao posicionamento.
Arthur de Souza, Edis Henrique Peres – Correio Braziliense