Comemora-se hoje o Dia da Música
Popular Brasileira, instituído em 17 de outubro de 2012 pela ex-presidente
Dilma Rousseff, em homenagem à pianista e maestrina carioca Chiquinha Gonzaga,
pioneira dessa expressão artística — a de maior popularidade no país.
Vou utilizar este espaço para
discorrer sobre a minha relação com a música, matéria-prima do ofício que tenho
exercido, prazeirosamente, há mais de 40 anos, sempre no Correio Braziliense.
Considero o primeiro grande momento dessa trajetória a cobertura do show
Refazenda, de Gilberto Gil, no Ginásio de Esportes do Colégio Marista, na 609
Sul, em 1975.
Mas, a afinidade com a música
começou muito antes. Demonstrava isso já aos 8 anos de idade, quando subi ao
palco da Rádio Educadora de Barreiras (REB) — que funcionava na sede do Dragão
Social — para participar de um programa de calouros. Mantenho viva na memória
a, digamos, interpretação de Meu primeiro amor, sucesso da dupla Cascatinha e
Inhana. Ainda bem que enquanto “cantor” parei por ali.
A música, porém, desde então,
passou a nortear minha existência. Inicialmente ouvindo (ainda em Barreiras, no
Oeste baiano) os cantores da era de ouro do rádio como Jorge Goulart, Cauby
Peixoto, Nelson Gonçalves, Dalva de Oliveira, Nora Ney e Ângela Maria, na
antiga Rádio Nacional e também no serviço de auto-falante da Praça Duque de
Caxias.
Depois, já em Brasília, fui
espectador atento da Jovem Guarda, que a TV Record apresentava nas tardes de
domingo, sob o comando de Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa.
Anteriormente havia embarcado no requinte do processo criativo de Tom Jobim,
Vinicius de Moraes, João Gilberto, Roberto Menescal, Ronaldo Bôscoli e Carlos
Lyra, Nara Leão, criadores da Bossa Nova.
Fui e continuo sendo admirador dos
cantores e compositores da geração de ouro da MPB, originários dos grandes
festivais da década de 1970, entre eles Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico
Buarque, Milton Nascimento, Edu Lobo, Paulinho da Viola, Elis Regina, Gal Costa
e Beth Carvalho.
Caetano, Gil e Gal, ao lado de Tom
Zé e dos Mutantes iriam, em seguida, deflagrar uma revolução estética e
comportamental que, ao utilizar elementos da linguagem pop resultou na
Tropicália, responsável por um dos períodos de maior criatividade da nossa
música.
Obviamente, é impossível esquecer
dos que não participaram daqueles eventos e dos que surgiram depois — mas não
menos importantes: Maria Bethânia,Clara Nunes, Raul Seixas,Tim Maia, Luiz
Melodia, Moraes Moreira, Renato Russo, Cazuza, Marisa Monte e Anita — seguindo
a ordem cronológica.
Todos são responsáveis por tornar
a nossa música popular uma das mais relevantes e influentes do mundo. A eles, a
homenagem de quem vê nessa manifestação artística algo precioso e fundamental
para o enriquecimento da cultura brasileira brasileira.