Com as
investigações apontando para um leque maior de responsáveis pelos atos
criminosos em 8 de janeiro, inclusive para um setor do Exército, a situação de
Ibaneis Rocha vai ficando menos complicada. Começa a arrefecer o clima de
indignação da esfera federal em relação a ele. E já se desenha um ambiente mais
favorável ao seu retorno ao cargo.
Pedido de
revogação: As críticas de juristas à decisão do juiz ministro Alexandre de
Moraes, de que o afastamento foi um excesso, aumentam. Advogados apontam que
teria sido fácil fundamentar um pedido judicial de revogação do afastamento ao
STF. Ibaneis sabe, como bom advogado, que seria possível. Mas pouco
adiantaria, por melhores que fossem os argumentos, diante de um clima tão
desfavorável a ele na alta Corte até dias atrás.
Mostrar-se
diferente de Bolsonaro: Ibaneis avaliou que sua melhor defesa seria
acatar, sem retórica de descontentamento, a decisão de Moraes. E, com isso,
frisar um comportamento bem diferente do de Jair Bolsonaro, que sempre
esperneava em relação ao STF.
Atravessado: Moraes
vinha irritado com Ibaneis desde o 7 de setembro de 2021, quando a PM do DF
também foi acusada de ser leniente com os manifestantes extremistas ligados a
Bolsonaro. Chegou a mandar recados para Ibaneis. Então, o afastamento no dia 8
também é consequência de um mal-estar dos últimos dois anos.
Momento
mais pacífico: A postura colaborativa do GDF com o interventor federal na
Segurança Pública do DF, Ricardo Capelli, e com o Ministério da Justiça, de
pessoas próximas a Ibaneis que permanecem no governo local ajuda também a abrir
o caminho para o retorno. O final da intervenção pode ser antecipado e o
ambiente para revogação do afastamento ficar mais favorável.