Refletindo a vantagem dada pelo
eleitorado do Distrito Federal a Jair Bolsonaro sobre Lula, a capital terá a
partir do dia 31 de janeiro uma bancada federal muito mais à direita que a
atual, mesmo levando em conta que hoje apenas dois deputados brasilienses podem
ser considerados à esquerda, enquanto uma senadora está na esquerda, mas de
linha bem mais moderada.
Agora, os bolsonaristas estão à
frente. Elegeu-se senadora a ex-ministra Damares Alves, a mais bolsonarista de
todos os candidatos que disputaram a Câmara Alta em todo o País.
Ocupará a vaga do senador José
Antonio Reguffe, que está longe de ser petista, mas adotava sempre postura
conciliadora.
Além dela, permanecem no mandato
Leila Barros, do PDT, que apoiou Lula, mas não tem nada no governo petista, e
Izalci Lucas, do PSDB, outro moderado que está fora do governo.
Na Câmara: Dois aliados históricos de Jair Bolsonaro estarão na Câmara dos Deputados, Bia Kicis e Alberto Fraga. Farão oposição ferrenha ao governo petista.
Em tese, são oposicionistas também os três deputados do Republicanos, Fred Linhares, Júlio César Ribeiro e Gilvan Máximo. Seu partido apoiou Bolsonaro durante todo o tempo e está fora do governo Lula. Mas não se pode levar isso muito a sério.
O Republicanos ajudou os petistas a apoiar a PEC da Transição e emitiu sinais conciliadores. A propósito, Júlio César será secretário de Esportes do governo Ibaneis, abrindo vaga para o professor Paulo Fernando, militante histórico contra o aborto, ligado a correntes conservadores católicas e que considera apenas “um chavão” que o Estado seja laico e não deve interferir nos assuntos religiosos. Para ele, isso é impossível. Paulo Fernando também adota linha dura no que se refere a costumes, inclusive à pauta ligada à educação sexual.
Dois à esquerda: Érika Kokay, ex-presidente do PT brasiliense, chega ao seu quarto mandato federal como a terceira mais votada.
Trouxe consigo o professor Reginaldo Veras, do PV integrado à federação comandada pelos petistas, mas que fez sua carreira no PDT.
Agora, está vinculado à federação até o final do atual mandato. Já o recém-eleito deputado federal Rafael Prudente, que acaba de deixar a presidência da Câmara Legislativa, pertence ao MDB, nada tem de esquerda, mas não vê qualquer problema em apoiar o novo governo Lula.