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Morte nas escolas

Morte nas escolas

Muitos são os relatos verídicos que, todos os dias, as mídias sociais trazem ao conhecimento do público, dando conta do aumento no número de casos de chacinas, ocorridas dentro dos muros das escolas. São tragédias que deixam vítimas inocentes, entre mortos e feridos, e que vem ocorrendo em várias partes do mundo, inclusive no Brasil, deixando as autoridades sem resposta para esses crimes.

Jovens morrem cada vez mais cedo e fazem vítimas fatais cada vez com mais frequência. Há, de fato, uma epidemia a corroer, por dentro, as sociedades modernas, tanto do Ocidente, como do Oriente, numa clara demonstração de que existem problemas muito sérios que precisam ser equacionados o quanto antes, sob pena de enveredarmos por um lento e inevitável caminho rumo a autodestruição.

Não se iluda achando que essas tragédias passam ao largo de nosso cotidiano e que, logo logo, essa onda niilista irá cessar. Pelo contrário, o que existe, e as notícias que chegam confirmam, é que há hoje uma verdadeira epidemia de crimes ocorrendo dentro e no entorno dos nossos estabelecimentos de ensino, público e privado. Por detrás desses morticínios, estão causas antigas e bem conhecidas como o bullying constante, dentro e fora das escolas, inclusive em casa; xingamentos e indiferenças que ajudam a germinar, na mente irrigada de hormônios do adolescente, a semente do ódio e da vingança.

Tudo isso é alimentado ainda por um fator novo, representado pelas próprias mídias sociais, que divulgam e até dão destaque de estrelas para esses novos criminosos. Dizer que o jovem atual é, per si, o único culpado por esses acontecimentos danosos, também não representa toda a verdade. Há aqui uma associação direta e indireta a contribuir para a execução desses assassinatos que se estende desde o seio da família, passa pelas escolas e vai até a sociedade como um todo.

São crimes, portanto, em que cada parcela da sociedade possui sua cota de responsabilidade, quer por omissão ou participação. Somos todos cúmplices desses morticínios, que são previamente preparados ainda dentro do âmbito do lar. Somos responsáveis, quer por negligenciarmos a formação e educação dos filhos, quer pela permissão da destruição das famílias.

Não há como negar hoje que muitas famílias, simplesmente, não possuem condições mínimas para criar e educar suas proles. Não é exagero afirmar que há uma doença, destruindo por dentro, como um câncer, essa que é a célula mater da sociedade. Para muitas famílias, a solução de seus conflitos internos com os filhos é empurrá-los para as escolas, na esperança de que, nesse ambiente, ele encontre amparo para seus problemas. Ocorre que nem as escolas e muito menos as autoridades ligadas ao ensino e à educação estão preparadas ou sequer sabem o que fazer.

A maioria das escolas não possuem ajuda de psicólogos ou de outros assistentes sociais especializados na tarefa de ajudar esses jovens. Para complicar uma situação que em si já é bastante grave, as chamadas novas abordagens de psicologias ou de pedagogia contribuem ao seu modo para jogar mais gasolina nesse inferno, ao insistir que crianças e jovens, antes mesmo de conhecerem seus deveres, compromissos e responsabilidades, devem ser previamente amparados por todo o tipo de direitos, inclusive o de não ser contrariado. Os pais abdicaram do poder de educadores para passar mais poder aos nossos jovens antes que eles possam saber como usá-lo. Obviamente que isso não dá certo e resulta nesses casos extremos e dolorosos que estamos presenciando.

A frase que foi pronunciada: “As raízes da educação são amargas, mas o fruto é doce.” (Aristóteles)

Na real: Diminuiriam, exponencialmente, os acidentes e intercorrências atendidas pelos Policiais Militares, SUS e Bombeiros, se botecos e distribuidoras de bebidas fechassem mais cedo. Se José Serra, quando ministro da saúde, teve a coragem de proteger a população contra o tabaco, enfrentando a poderosa indústria do fumo, há que se ter alguém para encarar a indústria de bebida alcóolica, que não traz benefício algum para a sociedade.

Atenção, empresários: Endrick Felipe Moreira de Sousa começou criança a jogar futebol no DF e, agora como profissional, vai fazer parte, em julho do ano que vem, do clube Real Madrid. Na mesma trilha, segue o garoto Pierry Santos Boto, que saiu de Brasília para jogar no Aragoiânia. Quem vê o garoto jogar vê uma criptomoeda humana.

Circe Cunha e Mamfil - Foto: Reprodução - CREATIVE COMMONS - Divulgação/CBMDF - Pierry Santos Boto recebendo o prêmio de jogador revelação sub11 2017 da Copa Brasília pelas mãos de Everson, jogador da Seleção Brasileira sub20, no Estádio Joaquim Domingos Roriz, em dezembro de 2017. Correio Braziliense




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