Com
a esquerda no poder, a questão da reforma agrária no Brasil volta a ser
discutida, numa época de intensa modernização mecânica e digital do campo. O
Movimento Sem Terra (MST) voltou a invadir terras sob a conivência e o silêncio
do atual governo e com isso ameaça o mais produtivo de todos os setores da
economia que é o agronegócio, principal responsável pela balança comercial do
país.
Mais
uma vez, o governo se vê às voltas com o problema secular da reforma agrária.
Ou pelo menos com o fantasma desse processo, já que essa questão, como é
sabida, não se resume apenas em dividir terras ou tomá-las à força para
distribuí-las aos grupos ditos revolucionários. Essa é uma questão que vai além
do processo de luta do campesinato, dos séculos 19 e 20, exigindo hoje a
agregação de uma complexa infraestrutura, que vai da construção de estradas,
silos e toda uma logística que envolve ainda concessão de créditos na hora
certa, facilidade de quitação de débitos, aquisição de maquinário,
comercialização e marketing, além de toda uma cadeia de produção de suporte,
que vai desde embalagem, defensivos, adubos, canalização de água a outras
providências.
Embora
governos levantassem a bandeira da Reforma Agrária, não foram capazes de fazer
a tão prometida mudança em 14 anos de oportunidade, porque, ao se inteirar
desses penduricalhos todos envolvidos nesse processo, não viam futuro para esse
movimento e seus sonhos pueris.
Agora,
o que se tenta confundir é a opinião pública, misturando o MST com a
Agricultura Familiar, pregando a ideia de que são a mesma coisa. Não são. O
próprio setor da Agricultura Familiar quer distância do MST, pois sabe que
dessa moita não sai coelho. O Movimento Sem Terra e sem juízo é como um filho
bastardo e problemático do governo. Insiste em permanecer numa espécie de
adolescência, entupido de hormônios e rebeldia, reivindicando para si bens e
terras que não consegue gerir ou sequer dar uma destinação nos moldes
empresariais.
De
fato, é preciso destacar que o problema do assentamento de famílias no campo,
que vinha sendo realizado pelo governo desde os anos sessenta, sofreu um sério
processo de descontinuidade por conta, justamente, do surgimento do MST, que
elevou o sentimento de desrespeito pela propriedade privada, assegurada pela
Constituição Federal e de insegurança no campo.
O
MST é um movimento político que usa a bandeira do campo, mas que é rejeitado
pelos verdadeiros produtores rurais, sejam eles pequenos, médios ou grandes. O
avanço prometido de uma reforma agrária feita nos moldes revolucionários não
avançou justamente porque esse é um movimento que, com raríssimas exceções, não
é afeito a vida rural. A questão da reforma agrária é complexa e tem sido
debatida há décadas no Brasil. O MST é um movimento social que defende a reforma
agrária e luta pela distribuição de terras para os sem-terra.
A
invasão de terras é uma prática ilegal e não é apoiada pelas leis brasileiras.
É importante notar que o agronegócio é um setor importante da economia
brasileira, mas existem críticas ao modelo atual de produção agrícola, que
muitas vezes é baseado na monocultura, no uso intensivo de agrotóxicos e na
exploração de mão de obra.
A
reforma agrária pode ser vista como uma solução para reduzir a desigualdade
social no campo, promover a diversificação da produção agrícola e garantir o
acesso à terra para pequenos agricultores e comunidades tradicionais. No
entanto, a reforma agrária deve ser implementada de forma responsável e
respeitando os direitos dos proprietários de terra. É importante que o governo
atue imediatamente para garantir a segurança jurídica das propriedades e
promova políticas públicas para incentivar a produção sustentável e a inclusão
social no campo.
Portanto,
é fundamental que a questão da reforma agrária seja discutida de forma
transparente e democrática, buscando soluções que beneficiem tanto os
trabalhadores rurais quanto os produtores do agronegócio, de forma justa e
equilibrada. Promessas de campanha são desenhos de fumaça ao vento, possuem
formas etéreas e fugazes.
Ao afirmar que iria governar com a ajuda do MST, o atual governo se deixou levar pelo entusiasmo. Ao colocar contra si a bancada do agronegócio e outras que acreditam mais em resultados do que em falações, o governo pode estar solapando o terreno bem debaixo dos próprios pés.