A
cultura popular que se espalha por vários recantos da capital do país tem em
Ceilândia e na Candangolândia dois baluartes: a Casa do Cantador e Clube do
Violeiro Caipira. De variadas formas, estas duas instituições, ao longo do
tempo, têm contribuído para a disseminação e preservação no Distrito Federal de
manifestações artísticas originárias do Brasil profundo.
De
quinta-feira a sábado, a Casa do Cantador volta a ser palco de mais uma edição
do Festival Regional de Repentistas, que vem sendo realizado desde 1995. O
repente foi trazido para a nova capital na parca bagagem dos nordestinos, que
se transformaram em candangos— os responsáveis por materializar o Plano Piloto,
idealizado por Lucio Costa e o projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer.
Produzido
pelo grande Chico de Assis, o festival, com ampla programação, traz
apresentação de repentistas — em solos e duplas —, teatro de mamulengo,
literatura de cordel e um forró arretado.
O
tradicional Clube do Violeiro Caipira, idealizado e presidido pelo violeiro,
cantador, folião e produtor cultural Volmi Batista, está celebrando 30 anos de
bons serviços prestados ao gênero musical originário do Brasil profundo.
Com
afinco, a entidade tem atuado na formação de novos talentos, incentivando o
aprendizado do instrumento e o estabelecimento de conexão com entidades ligadas
à música caipira de outras regiões.
Um
outro feito foi proporcionar a gravação de discos e a volta aos palcos de dois
mestres do ofício, Zé Mulato Cassiano, agraciados com troféus em duas edições
do Prêmio da Música Brasileira, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
De
sexta-feira a domingo próximo, o Clube do Violeiro, como faz há alguns anos,
promove o Encontro de Violeiros e Violeiras de Brasília, na Praça dos Estados,
na Candangolândia. Em destaque roda de prosa, oficinas, feira de artesanato e,
claro, apresentação de violeiros e violeiras.
Quando
se fala de instituições que atuam na ativação do desenvolvimento artístico na
cidade, obviamente, tem que se fazer a devida e necessária
referência/reverência ao Clube do Choro, instalado há quatro décadas em um
prédio, também projetado por Oscar Niemeyer, no Eixo Monumental.
Ostentando o título de Patrimônio Imaterial da Cultura de Brasília, a
entidade,sob a presidência de Henrique Lima Santos Filho, o Reco do Bandolim,
atualmente, mantém diversificada programação musica: de rodas de choro, realizadas
na área externa; e shows com artistas de diversas vertentes da MPB, no Espaço
Cultural do Choro
A entidade atua ainda na formação de novos violonistas, bandolinistas, cavaquinistas, flautistas, saxofonistas, pandeiristas e percussionistas, entre alunos da Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello, unidade que funciona em anexo do Espaço Cultural de Choro.