Na
reunião da CPI, Manzoni reafirmou que o debate político continuará acontecendo.
Por muitos anos, a esquerda dominou a conversa política no Brasil e eles se
acostumaram a isso. “Durante muitos anos, a esquerda falou sozinha, não havia
debate político no Brasil, era um monólogo em que só a esquerda falava. Então,
eles acham que incorporaram o poder e a própria democracia. Um deputado que me
antecedeu falou assim: ‘Desta vez, não permitiremos que eles não sejam presos’.
Não! Calma aí. Ainda temos um poder judiciário. Não é a esquerda que decide o
que acontece ou não numa nação. No entanto, eles estavam tão acostumados a
falar sozinhos, a não ter contrapontos, que pensam que incorporaram a
democracia em si mesmos”, protestou o parlamentar.
Thiago
Manzoni observou que os discursos mudam à medida que a realidade se revela. Os
discursos dos parlamentares de direita permaneceram consistentes, mas a perspectiva
da outra ala mudou. Isso ficou evidente no comportamento do General Gonçalves
Dias, que foi considerado inapropriado, senão criminoso. “— ‘Calma aí, não
podemos focar no General Gonçalves Dias, vamos mudar de assunto, senão ficará
muito perto do Palácio do Planalto, muito perto do Ministério da Justiça’. A
CPMI pede as imagens das câmeras. — ‘Não, não podemos mostrar as câmeras’. Por
que não mostrar as câmeras do Ministério da Justiça? Qual é o problema em
mostrar o que aconteceu no dia 8? Não se deseja a verdade? Então, nada aqui foi
relativizado, ao contrário, sempre saiu da boca do deputado Daniel de Castro, da deputada Paula, do deputado Joaquim Roriz Neto e da minha
boca, que aqueles que cometeram crimes devem ser punidos pelos crimes que
cometeram. Entendemos que o Estado de direito no Brasil adota o princípio da
presunção de inocência, que se aplica a todos. Compreendemos que as condutas
precisam ser individualizadas e precisam. Não há crime coletivo, e agora está
acontecendo e a verdade está diante de todos nós. Portanto, as condutas não
apenas daqueles que invadiram, mas também das autoridades públicas que
eventualmente se omitiram, precisam ser investigadas e individualizadas.”