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Crônica: Brasília vista logo dali

Brasília vista logo dali


O que você responde a uma pessoa que pergunta como é a sua cidade? Vai depender, é claro, de onde você mora e até do bairro ou da região, para quem vive nos grandes centros urbanos. Talvez varie também em razão do interlocutor. Se a conversa é com alguém que se mostra interessado, certamente pedirá uma riqueza de detalhes. Caso o receptor da mensagem tenha feito a pergunta apenas por educação, um resumo deve ser suficiente.

 

Apesar de toda a teoria, creio que eu esteja deixando a desejar nas respostas. As perguntas parecem sempre me pegar de surpresa e as explicações acabam saindo desajeitadas. Uma cidade singular como Brasília torna qualquer tentativa de comparação inútil, por exemplo. Parto, portanto, para os antagonismos. “É totalmente diferente de São Paulo”; “Não tem nada a ver com Goiânia”; “Nem lembra o Rio de Janeiro”; e assim por diante.

 

É verdade que a cidade carrega muitas identidades, e sinto que é injusto limitar as descrições às características do centro de escalas planejadas e esquinas invisíveis, como diria Clarice Lispector. Também é difícil deixar de lado um olhar mais crítico em relação aos problemas que sabemos afligirem a capital.

 

Talvez Brasília seja inexplicável, para seguir por uma linha poética. Mas aí seria impossível contá-la em conversas à toa, encontros casuais. Nesses casos, não teríamos páginas ou crônicas à disposição para compor belas palavras e garantir uma compreensão mais plena.

 

Brasília tem certa tranquilidade que engana um morador desatento e pode facilmente iludir um visitante mal assessorado. O silêncio que toma conta após certo horário encontra a rivalidade do barulho intenso em locais que se acostumaram ao clima de festa. A produção cultural intensa encontra espaços para se expressar.

 

Há ainda a saída do convite para conhecer a cidade. Numa viagem curta é possível garantir a visita a boa parte dos pontos turísticos mais tradicionais e ainda incluir na programação uma experiência entre a nossa vasta seleção gastronômica. Dos botecos tradicionais às boates e às festas que ainda nem completaram a maioridade; da culinária regional à internacional. As belezas naturais são capítulo à parte. Certamente o visitante encontrará uma cachoeira para se refrescar ou igual refúgio ao calor no Parque da Água Mineral.

 

Talvez me sinta mais preparada depois de falar tanto sobre a cidade. Ou quem sabe cada resposta seja, em si, o convite para desbravar nossa capital. E você, como enxerga Brasília?


Mariana Niederauer – Foto: Blog-Google – Correio Braziliense




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