Hoje
é véspera de Natal. Não se espera muito da data a não ser o de sempre. Para
alguns, a noite será de celebração com suas famílias. Para outros, o tédio e a
nostalgia podem estar presentes. Para muitos, é festa. Para tantos, é também
alguma tristeza.
Hoje
estamos quase no fim da "dezembrite", uma época em que tudo parece
mais acelerado do que é costume e que eleva o sentimento meio generalizado de
exaustão. Não posso deixar de reconhecer que a correria inflama os nervos,
apesar da esperança que insiste em fazer parte.
Durante
a semana que passou, aqui e ali, ouvi de algumas pessoas mensagens parecidas,
que demonstram um certo desconforto, embotando aquela magia do espírito
natalino. Talvez seja um recado, uma bênção, uma vela acesa chamando nossa
atenção para a necessidade de repensarmos a rotina, os excessos, as chatices,
as manias, o modo de viver.
Há
formas de afastar o pessimismo que pode aparecer. Manter a concentração no que
realmente importa é um bom começo. Num mundo tão polarizado e hiperconectado,
dar uma chance à paz e fazer um detox de redes sociais é uma emergência. São
medidas de autocuidado de que todos nós estamos precisando.
Livrar-se
do que não serve. Da roupa que não cabe e segue guardada para quem sabe um
dia... Das pessoas que não confortam, não consolam, não abraçam e não sonham
junto. De tudo o que nos deixa menor, como as mágoas e o sofrimento que
insistimos em nos apegar. Das memórias que só trazem dor.
Olhar
para o outro, ser solidário, respirar profundamente, assumir com consciência
novas atitudes para o bem da casa, da vida, do mundo. Precisamos de mudança, e
mudança pede ação. Nosso Natal deve refletir essa necessidade. É o
"esperançar", que transforma a passividade em concretude. É o fazer
depois de pensar.
Não
se chega a lugar nenhum sozinho. Não se aprende nada sem rever as próprias
atitudes. Desejo a todos um Natal com novos sonhos, projetos e, sobretudo, com
presença no aqui e agora. É isso que nos alivia e transforma os tempos que
parecem tão difíceis numa esperança genuína.