Eu
não sei se a história do Tiradentes não foi parecida com o que vimos nessa
quinta. Tiradentes e seus inconfidentes mineiros estavam tentando dar um golpe
na coroa portuguesa, mas não deram. E Tiradentes foi enforcado e esquartejado;
pagou mesmo sem ter feito. Na quinta-feira tivemos essa Operação Tempus
Veritatis – acho que o nome é uma resposta irônica a uma citação do Evangelho
de João que Jair Bolsonaro usa com frequência, “conhecereis a verdade a verdade
vos libertará”, veritas liberabit vos, e aí a Polícia Federal respondeu com
Tempus Veritatis, “tempo da verdade”.
Quem
ordenou esse movimento de busca, apreensão e prisões foi Alexandre de Moraes.
Estão mostrando que encontraram uma minuta de “decreto de golpe” que incluía a
prisão de Moraes, mas ela não foi assinada, assim como Tiradentes também não
deu o golpe que pretendia. Assinar depois de 31 de dezembro de 2022 não era
possível – depois de 1.º de janeiro de 2023 quem assinava decreto era Lula. E
ainda há uma outra minuta que teriam encontrado na sala de Bolsonaro na sede do
Partido Liberal. O senador petista Humberto Costa, líder do partido, disse que,
se isso for verdade, vai pedir a cassação do PL, que tem a maior bancada e cujo
presidente, Valdemar Costa Neto, foi preso por posse de uma arma com
registro vencido em um dos endereços dele.
O
comandante do Exército foi avisado da operação na véspera, porque ela pegou
algumas das maiores figuras do Exército: o general Augusto Heleno, por exemplo,
só perde em prestígio para o general Villas Bôas. O general Paulo Sérgio foi
comandante do Exército e ministro da Defesa; o general Braga Netto foi
comandante no Rio, chefe da Casa Civil e ministro da Defesa; o general
Theophilo vem de uma família toda de generais, foi comandante do Comando de
Operações Terrestres do Exército e comandante militar da Amazônia, assim como o
general Augusto Heleno. A operação pegou também um coronel que estava em um
curso nos Estados Unidos, vai ter de voltar e será preso, porque ele estaria
ensinando técnicas das Forças Especiais ao pessoal que estava nos acampamentos.
Fico imaginando o que ele estava ensinando, porque o pessoal que vai para as
Forças Especiais em Goiânia tem um treinamento muito duro e severo. Mas é o que
está escrito nas decisões de prisão, busca e apreensão. O ministro da Defesa
disse que cabe às Forças Armadas apoiarem a decisão da Justiça, a Marinha disse
em nota que não iria se manifestar, e o Exército foi avisado antecipadamente.
Entre
os civis, foi preso Filipe Martins, que tinha sido secretário de Assuntos
Internacionais da Presidência da República – era ele quem teria essa minuta de
decreto. Entrou também um padre, José Eduardo de Oliveira e Silva, de Osasco,
que seria do “núcleo jurídico” do golpe embora não seja doutor em Direito, mas
em Filosofia e Teologia. Até o Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente
Figueiredo, está nessa.
São
manhãs incríveis para essa gente. O almirante Garnier, ex-comandante da
Marinha, contou que às 6h15 foi surpreendido com a Polícia Federal na casa
dele. É algo bem desagradável; chegaram a levar até uma palestra que ele estava
preparando. Mais uma vez entraram na casa de Anderson Torres, ex-ministro da
Justiça: é o inquérito das fake news, é o cartão de vacina, é uma gravação de
julho de 2022 que teriam encontrado nos registros digitais do tenente-coronel
Mauro Cid, em que Bolsonaro diz que “perder a eleição não tem problema, o
problema é perder a democracia numa eleição fraudada”. Parece que esse foi
considerado pela PF como o pontapé inicial desse golpe que não houve. Então,
aguardemos.
Querem
culpar os agricultores europeus pelos problemas urbanos: Por que o agro
europeu se revolta? Na Bélgica, na Holanda, na Alemanha, na França, na Itália,
agora na Grécia também. São as imposições da tal Agenda 2030 para afogar quem
produz alimentos. Coisa de gente que acha que o alimento pode sair de
laboratório ou de fábrica. Querem impor ao agro soluções de problemas urbanos.
Ficam dizendo que o problema é o pum da vaca, quando sabemos que é o pum dos
automóveis.