Dezessete gestores de escolas privadas do Distrito
Federal farão um intercâmbio em colégios do Japão com o objetivo de
observar as práticas nos ambientes escolares de lá e implementar, com
adaptações, na proposta pedagógica daqui. O uso
da tecnologia em sala de aula, a introdução da educação inclusiva, violência e bullying
nas escolas foram os principais temas tratados na entrevista com Ana Elisa
Dumont, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do
Distrito Federal (Sinepe-DF), no programa CB.Poder — parceria entre o Correio e a TV Brasília — desta quarta-feira
(10/4).
Às jornalistas Samanta Sallum e Priscila Crispi, a presidente do Sinepe-DF conta que o motivo de enviar gestores ao Japão é sair da zona de conforto e pensar novas possibilidades que possam ser agregadas nas escolas brasilienses. Ela disserta sobre adaptar e aplicar fatores que contribuem na educação nipônica e fazer com que esses feitos se adequem aqui. (Video)
Ana Elisa também evidenciou a prática da tecnologia dentro das
salas de aula, se o uso deveria passar por uma regulamentação na Justiça ou se
os colégios deveriam aplicar o uso com a liberdade que quisessem. “Por ser da
iniciativa privada, quando falamos de opção, tem que estar muito bem explicado,
dentro do processo pedagógico, para avaliar se esse método de usufruir a
tecnologia seria benéfico ou não. Entretanto, quanto a celulares, e adaptar a
didática toda para forma eletrônica, verificamos que não. Tudo que é demais é
problema, tudo de menos é problema. Não dá para termos um estudante e não
prepará-lo para o mercado, por isso, hoje, o maior desafio das escolas é fazer
o estudante utilizar a tecnologia de forma saudável”, explica a presidente do
Sinepe-DF.
InclusãoAna Elisa foi questionada sobre como as escolas estão se
preparando para receber estudantes diversos. “A inclusão é um tema muito
delicado, que exige da gestão da escola e das famílias muito diálogo. São
crianças diferentes com necessidades diferentes. Existe um documento chamado
PEI — Plano Educacional Individualizado — no qual essa pessoa laudada é
adaptada para estar inserida nas aulas e entender um pouco mais, mesmo com
alguma dificuldade em determinada área de conhecimento”, argumenta.
“Não são salas especiais que vão terminar o trabalho pedagógico
que a escola está fazendo com o estudante. As escolas particulares não têm
obrigatoriedade de impor essa sala na instituição. Depende muito mais da rotina
e do manejo desse aluno, e por isso o PEI é necessário. Às vezes, para fugir do
convívio social, esse aluno especial prefere ficar na biblioteca que já temos
em nosso ambiente”, completa.