A primeira encarnação do governo Lula, com a parceria
ativa do governo Dilma, chegou perto de quebrar a Petrobras. Foi com o assalto
descrito pelo Banco Mundial – que nem o PT consegue chamar de “fascista”, ou de
“golpista”, ou de “bolsonarista – como o maior escândalo de corrupção da
história universal. É tudo tão alucinante que as evidências de ladroagem
continuam a estourar até hoje, como minas que ficaram enterradas num campo de
batalha fora de uso.
Ainda agora, uma empresa de comodities da Suíça, a Trafigura, acaba de confessar na Justiça dos Estados Unidos que durante onze anos seguidos, de 2003 a 2014, pagou suborno para fechar negócios com a Petrobras. O Brasil, por causa do consórcio Lula-STF, passa a vergonha de ver que a sua estatal número 1 continua sendo exposta nos tribunais internacionais como empresa bandida – enquanto aqui dentro a Justiça decreta que toda a corrupção da Petrobras, confessa e provada, não existiu. Tudo bem: essa não é a primeira humilhação que este governo faz o país passar, e nem será a última. O problema real é que eles estão querendo quebrar a empresa de novo.
A “política de investimentos” da Petrobras, tal como ela é entendida por Lula e pelo seu ecossistema, é torrar os recursos na empresa em negócios como a Abreu e Lima.
O veneno, mais uma vez, está na ideia fixa de Lula em tratar a Petrobras não como empresa pública, e sim como propriedade particular do governo, do PT e das empreiteiras de obras. Com palavrório sempre irado, ignorante e mal-intencionado, ele diz para consumo de suas plateias que a empresa “é do Estado” e, portanto, tem de servir aos desejos do governo. Na prática, o que quer é privatizar a Petrobras em benefício de quem está mandando no país – é o que já fizeram e o que pretendem fazer outra vez. A ladainha, agora, é que a estatal “não é dos acionistas”, e sim “do povo”. O “povo”, segundo Lula, quer que sejam feitos “investimentos” – a Petrobras não pode, por esta alegação, pagar os dividendos que deve aos acionistas, e sim socar dinheiro na Refinaria Abreu e Lima, que já consumiu mais de 20 bilhões de dólares e até hoje não ficou pronta, e outras grandes ideias como essa. É um perfeito disparate.
“O povo”, naturalmente, não quer nada da Petrobras –
quer apenas que o governo cumpra a sua obrigação mínima de lhe tornar a vida um
pouco mais cômoda, ou pelo menos não atrapalhar tanto. Ele não está vendo nem a
cor de nada disso desde 1º de janeiro do ano passado. Além do mais, a Petrobras
é, sim, dos seus acionistas – se não é deles, de quem seria? O embuste de Lula
e do PT é ignorar que o maior desses acionistas, aí sim, é o povo brasileiro.
Por esta razão óbvia, seu interesse é que a empresa dê o melhor resultado
possível. Nunca vai ver um tostão furado dos seus dividendos, é verdade, porque
o governo prefere a morte a distribuir o lucro aos donos reais da Petrobras.
Mas se esses dividendos fossem pagos, o grosso do
dinheiro iria para o Tesouro Nacional – e ali, pelo menos no papel, poderia
servir para cumprir alguma das muitas obrigações do serviço público. Mas o
governo não quer dinheiro no Tesouro. O que quer é gastar – gastar não só tudo
aquilo que arrecada, mas também tudo aquilo que a Petrobras ganha.
A “política de investimentos” da Petrobras, tal como ela é entendida por Lula e pelo seu ecossistema, é torrar os recursos na empresa em negócios como a Abreu e Lima, o ferro velho bilionário da refinaria de Pasadena, o “apoio aos fornecedores nacionais”, uma rede de refinarias obsoletas que há muito tinha de ter sido vendida, e outros micos da mesma grandeza. A estatal deveria estar concentrada naquilo que faz de melhor e que rende mais – a extração de petróleo em alto mar. Está de volta à trilha que a deixou na beira da falência.