A
esquerda moderna desenvolveu uma nova tara: sempre que alguém tenta assassinar,
à faca ou a tiro, um líder de direita durante as campanhas eleitorais, sua
reação automática é dizer que foi tudo armação da própria vítima. Nem se
pergunte, na construção deste tipo de absurdo, porque alguém iria forjar um
tiro na sua orelha e assumir o risco de ver a cabeça furada de um lado para o
outro – além de provocar a morte de um apoiador e ferimentos graves em outros
dois, como foi no atentado contra Donald Trump neste fim de semana.
Da
mesma forma, é demente sair dizendo que o ex-presidente Jair Bolsonaro deu uma
facada em si mesmo, que exigiu cirurgias extensas e o deixou, segundo todos os
médicos que o atenderam, a um passo da morte. Não importa: como o agredido é de
direita, é tudo invenção dele mesmo, pois no mundo mental da esquerda, gente de
direita só agride; não pode, nunca, ser agredido.
No
mundo desenvolvido está se tornando uma religião entre a esquerda, os
“centristas” e as classes culturais, traficar o ódio como matéria prima da ação
política
Esse
tipo de reação à tentativa de assassinato de Donald Trump não veio apenas do
esgoto da internet – esse mesmo que deixa tão horrorizados o ministro Alexandre
de Moraes e seus colegas de STF quando o destinatário das mentiras é alguém da
esquerda ou do “centro civilizado”. (Como, nesse caso, a vítima era um Godzilla
da direita como Trump, nenhum deles deu um pio sobre a necessidade de
“regulamentar” as redes sociais.)
Não
é só do mundo digital, também, que vem a frustração irritada com a falha do
assassino, que deveria matar e não conseguiu, e outras reações de ódio
patológico contra a “extrema direita”. No caso de Trump, um ex-ministro e
ex-presidente do PT afirmou com toda a clareza que foi ele que falsificou o
atentado, da mesma forma como Bolsonaro teria forjado a facada que recebeu no
estômago – a “fake ada”, como ele diz. A principal estrela das milícias usadas
pelo governo e pelo PT para espalhar mentiras, de volta à cena do crime depois
de se entalar numa operação de “rachadinha” explícita, foi na mesma linha.
É
verdade que o Itamaraty não declarou que “entende” os motivos do assassino,
como entende o assassinato de civis palestinos pelo Hamas. É verdade também que
Lula reprovou o atentado contra Trump e disse que o crime era “inaceitável”.
Mas é claro que ninguém no governo e no STF faz a menor restrição às
barbaridades ditas por seus aliados – o que prova, mais uma vez, que o seu
único compromisso é com a destruição dos adversários da “extrema direita”.
Obviamente,
não é apenas no Brasil que se verifica essa espécie de transtorno de conduta.
No mundo desenvolvido, particularmente, está se tornando uma religião, entre a
esquerda, os “centristas” e as classes culturais, traficar o ódio como matéria
prima da ação política. Nada comprova isso de maneira tão evidente quanto a
obsessão em pregar automaticamente, sem nenhuma reflexão séria, que Trump,
Bolsonaro e todos os líderes de direita com capacidade de ganhar eleições, de
Marine Le Pen a Giorgia Meloni, de Viktor Orban a Javier Milei, são monstros
fanáticos nazifascistas que vão “destruir a democracia” e levar a humanidade de
volta à Idade da Pedra.
A
possibilidade de qualquer líder de direita, por mais forte que seja e por mais
votos que tenha, de criar uma ditadura ganhando eleições é de zero elevado à
potência zero. Trump não é fascista, nem nazista e não tem a mais remota
intenção de implantar uma ditadura nos Estados Unidos – e materialmente nem
poderia, no caso de querer. A mesma observação se aplica integralmente a
Bolsonaro. Insistir nessas acusações histéricas é, hoje, a mais venenosa
manifestação de ódio na vida política mundial.