Começo com um fato triste – mais um entre tantos
acontecimentos trágicos, dramáticos, do Rio de Janeiro. Uma menina de 14 anos,
Valentina, foi baleada. Aconteceu na quarta-feira: ela e o pai estavam indo
para a praia, seguindo o GPS, mas entraram num desvio ali no Complexo da Maré.
Imediatamente vieram tiros de fuzil em cima do carro dele, uns seis tiros. O
pai dela acelerou e, quando conseguiu sair dali, perguntou “minha filha, tudo
bem com você?” “Tudo bem”, ela respondeu. Só mais tarde foi dizer “pai, eu fui
baleada”. Ela ainda está hospitalizada, com um tiro nas costas.
Esse é o Rio de Janeiro, que tem “santuários”. Um
“santuário” é um território ocupado por alguém que não é o poder legal. Não é
território do município do Rio de Janeiro, do estado do Rio de Janeiro, da
República Federativa do Brasil. Assim é o Brasil, nas grandes capitais e até
nas cidades menores. Na Amazônia também está acontecendo, é o crime tomando
conta. E por que o crime toma conta? Exatamente da mesma forma como o fogo toma
conta, porque não se previne. Eu vi isso há 50 anos e dizia para meus amigos do
Rio que eles acabariam perdendo a liberdade, perdendo totalmente a segurança. É
assim que acontece. E aí tem de aparecer um Bukele para fazer o que fez em El
Salvador, porque medidas suaves nunca funcionaram. Sempre tentaram apenas
medidas suaves, inclusive com uma parte da população e do jornalismo tomando
partido contra a polícia e a favor do bandido. O povo acaba pagando por essa
tragédia.
X está começando a ceder a ordens de Alexandre de
Moraes: Parece que Alexandre de Moraes ganhou essa rodada contra o X. As
informações são de que o X já está providenciando um representante legal, já
está com corpo jurídico no Brasil, a assistência jurídica do X tinha
recomendado que se fizesse assim porque não há outra saída. O X se justificou
dizendo que foi por acidente que repôs as pessoas em contato com seus amigos,
devolveu às pessoas o direito de se expressar por essa nova forma, que é a via
digital. O bloqueio foi criticado pela Casa Branca e pelo Parlamento Europeu,
pegou muito mal, porque o Brasil se torna um mau exemplo, um país que corta a
liberdade de expressão, porque 22 milhões de pessoas foram punidas, bloqueadas,
sem terem feito nada, quando a punição deveria se dirigir ao X e não às
pessoas.
Ao que tudo indica, o X concordou em bloquear
novamente o Paulo Figueiredo, o Allan dos Santos, o Monark, o Marcos do Val e
uma adolescente, a Mariana, que vem defendendo o pai, Oswaldo Eustáquio. Essa
menina, inclusive, teve Polícia Federal na casa dela, foi uma coisa
inexplicável. Enfim, é assim que as coisas se encaminham. Moraes ainda multou o
X e a Starlink em R$ 5 milhões, dizendo que a Starlink fazia parte do mesmo
grupo do X; não sei como a contabilidade da Starlink vai explicar isso para os
seus acionistas.
Impeachment de Moraes não é tão simples quanto andam
espalhando por aí : Estão dizendo que só faltam cinco assinaturas de
senadores para chegar a 41, maioria simples, e aí começaria o processo de
impeachment de Moraes. Mas não é bem assim. Isso continua a estar nas mãos de
Rodrigo Pacheco; se ele aceitar, vai para as mãos de uma comissão de 27
senadores, que apresenta ao plenário a proposta de indiciamento. Se for
aprovada, volta para a comissão fazer a proposta de denúncia, e depois há um
julgamento em que são necessários dois terços do Senado, 54 de 81 senadores,
para cassar Moraes. E quem preside esse julgamento é o presidente do Supremo,
com o julgado sendo o vice-presidente do STF. Talvez as coisas terminem
exatamente como está terminando essa briga entre Elon Musk e Alexandre de
Moraes.